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Americanas (AMER3) começa demissões no Rio de Janeiro e Porto Alegre, diz Folha

31 jan 2023, 19:20 - atualizado em 31 jan 2023, 19:20
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Demissões: Americanas (AMER3) começou a enxugar quadro de funcionários, desligando terceirizados (Imagem: Bloomberg)

A Americanas (AMER3) começou a enxugar seu quadro de funcionários. Segundo a Folha de S.Paulo, as demissões iniciaram pelas cidades do Rio de Janeiro (RJ) e Porto Alegre (RS). O jornal apurou que, neste primeiro momento, os cortes atingirão funcionários terceirizados, mas a tesoura chegará aos contratados via CLT.

Ainda de acordo com a Folha, isto já estaria acontecendo na capital gaúcha, onde funcionários com menos de um ano de casa foram desligados. A próxima etapa seria reduzir as operações em São Paulo, onde está o maior número de funcionários e de centros de distribuição da Americanas.

A varejista conta com cerca de 45 mil funcionários diretos, além de 60 mil terceirizados. De acordo com a Folha, o Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro não foi notificado de demissões pela Americanas até o início desta tarde (31).

Por meio da assessoria de imprensa, a Americanas negou ao jornal que haja demissões em curso, e que apenas cancelou contratos de prestadores terceirizados de serviço.

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Americanas (AMER3): Entenda o que está acontecendo

Em 11 de janeiro, a Americanas comunicou o mercado de que encontrou “inconsistências contábeis” no valor de R$ 20 bilhões nos balanços. O pente-fino nas contas da varejista foi feito pela nova gestão, liderada por Sergio Rial, que havia assumido a cadeira de CEO apenas nove dias antes. No mesmo dia, Rial renunciou ao cargo.

A notícia causou um terremoto no mercado, e foi classificada pelos advogados do BTG Pactual (BPAC11), um dos maiores credores da companhia, como “a maior fraude” da história corporativa do Brasil.

O rombo nas contas foi gerado pela omissão, por parte da empresa, dos juros devidos aos bancos, em operações conhecidas no mercado como “risco sacado”. Nessas operações, a Americanas tomava dinheiro emprestado dos bancos para financiar a compra dos bens que revende. Na sua contabilidade, porém, esses compromissos são registrados como dívidas com fornecedores, excluindo-se, portanto, os custos financeiros.

Em 19 de janeiro, a Americanas apresentou seu pedido de recuperação judicial à 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, que o aceitou no mesmo dia. No documento em que justifica a medida, a companhia alegou possuir R$ 43 bilhões em dívidas junto a mais de 16 mil credores.