Americanas (AMER3): BB Investimentos corta em 52% o preço-alvo por pressão da inflação
O BB Investimentos cortou o preço-alvo da Americanas (AMER3) em 52%, de R$ 75,60 para R$ 35,60, após incorporar os resultados do segundo semestre de 2021 e os desafios macroeconômicos.
Além disso, a corretora rebaixou a recomendação de compra para neutra. Segundo a analista Georgia Jorge, que assina o relatório, as perspectivas de curto prazo para os papéis AMER3 são negativas.
“Apesar de reconhecermos que a companhia deve entregar um bom desempenho de vendas e ganho de sinergias por ocasião da combinação das operações (física e digital), a pressão inflacionária, o que pode implicar na extensão do ciclo de alta de juros, deve continuar pressionando a performance das ações no curto prazo”, argumenta.
Para a Georgia, a varejista entregou um resultado forte no quarto trimestre. No período, o lucro líquido da Americanas cresceu 20,5% ante igual período de 2020 e totalizou R$ 490 milhões. Sob base ajustada, o lucro trimestral foi de R$ 345,9 milhões.
Porém, a performance dos papéis vem acompanhando a escalada das preocupações com relação à inflação por ocasião dos conflitos envolvendo Rússia e Ucrânia, “o que prejudicará ainda mais a retomada do consumo das famílias no curto prazo”.
A indisponibilidade dos canais digitais por cerca de cinco dias por ocasião de um ataque cibernético, também trará impacto no faturamento da varejista, prevê a corretora.
Evolução da Americanas
Apesar do pessimismo com o papel no curto prazo, o BB Investimentos ressalta que a Americanas conquistou alguns avanços nos últimos anos, como:
- Plataforma Física: a integração com o a Hortifruti Natural da Terra (HNT), rede de varejo de alimentos comprada em 2021, se iniciou. Além disso, ao final do mês de dezembro, foi aprovada pelo CADE a criação da VEM Conveniência, a qual consiste em uma joint venture entre a Vibra e a Americanas para unir as franquias BR Mania com a rede.
- Plataforma Digital: o BB destaca o atingimento de 137 milhões de itens disponíveis, também chamados SKUs ( alta de 57,1%), bem como o avanço na entrega ultrarrápida (em até 3h) de itens adquiridos no canal digital;
- Fintech: . Em 2021, a AME atingiu R$ 26 bilhões em volume total de pagamento e registrou, no 4T21, seu primeiro breakeven (ponto de equilíbrio entre receita e despesas), esperado para ocorrer apenas em 2022;
Riscos da Americanas
Entre os riscos que pesam para os papéis da Americanas estão:
- incapacidade de abrir e operar novas lojas, com crescimento de vendas abaixo do esperado;
- inabilidade de atrair e reter os melhores sellers em sua plataforma; e
- insucesso em escalar e rentabilizar a solução financeira.
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