Americanas (AMER3) aprova plano de recuperação judicial
Os credores da Americanas (AMER3) aprovaram nesta terça-feira o plano de recuperação judicial da empresa, que inclui uma injeção de 12 bilhões de reais pelo trio de bilionários e acionistas de referência da companhia.
A aprovação é fundamental para a recuperação da Americanas. O plano precisa agora ser homologado pela Justiça, o que daria início a um período de dois anos para a empresa executá-lo.
O plano envolve injeção de 12 bilhões de reais por Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, além de 12 bilhões em conversão de dívida em ações da empresa.
Cerca de 91,1% dos credores aprovaram o acordo após mais de 6 horas de discussão, enquanto, em termos de volume de dívida com a Americanas, 97,2% dos credores deram aval para o plano — a empresa precisava de maioria em ambos os cenários.
Segundo o administrador judicial, credores trabalhistas e pequenas empresas não participaram da votação, uma vez que não houve alteração nas condições de pagamento acertadas com as partes.
A Americanas entrou com pedido de recuperação judicial no início deste ano após descobrir inconsistências contábeis de mais de 20 bilhões de reais.
Na madrugada de terça, a empresa já havia anunciado que Banco do Brasil (BBAS3), Caixa Econômica Federal, Banco da Amazônia e outros credores aceitaram acordo para apoiarem o plano de recuperação judicial da companhia.
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A companhia afirmou que seu conselho de administração aprovou um aditamento ao plano de recuperação judicial (PRJ) que estabelece que o preço das ações no âmbito do aumento de capital previsto no plano será calculado com base na média de preço do papel na B3 nos 60 dias corridos anteriores à aprovação do PRJ.
Anteriormente a proposta previa o prazo como sendo 60 dias anteriores à véspera da assembleia-geral de credores.
Segundo a empresa, esse preço nesta terça-feira seria de R$ 1,30 por ação. A ação da Americanas encerrou a segunda-feira cotada a R$ 0,95.
Clientes diminuem
Na noite de sexta-feira, a Americanas divulgou um relatório mensal com dados sobre a operação da companhia que mostrou queda de mais de 7,5 milhões de clientes ativos da empresa desde dezembro de 2022 até novembro deste ano.
Segundo o “balanço de informações para RMA” de novembro publicado pela Americanas, a empresa tinha 49,12 milhões de clientes em dezembro de 2022, número que passa a encolher mensalmente desde janeiro deste ano, quando o grupo divulgou “inconsistências contábeis” bilionárias que acabaram forçando o pedido de proteção contra credores.
A base de clientes da Americanas em novembro recuou para 41,56 milhões, em um momento mais aquecido para o varejo nacional diante de datas como Black Friday e proximidade do Natal.
Procurada, a companhia não pôde comentar o assunto de imediato.
Enquanto o número de clientes da Americanas despencou 15,4% entre dezembro de 2022 e o mês passado, a base de lojas da companhia mostrou retração de 6,5% no período, saindo de 1.882 unidades para 1.759 pontos de venda e ficando estável ante outubro.
No relatório divulgado na sexta-feira, a Americanas informou ainda um caixa total de 1,55 bilhão de reais em novembro ante 4,63 bilhões em dezembro do ano passado. Enquanto isso, o prazo de pagamento de fornecedores, que era de mais de 120 dias, caiu 5 dias no mês passado.