Americanas (AMER3): Após prejuízo do 3T22, o que fazer com a ação?
A Americanas (AMER3) reportou prejuízo de R$ 211,5 milhões no 3T22, conforme divulgou a companhia nesta quinta-feira (11). O montante representa reversão dos lucros em relação ao resultado do mesmo período de 2021.
O BTG Patcual aponta que os resultados operacionais da Americanas deixam um cenário preocupante em relação à receita e ao fluxo de caixa. Além disso, pontua que está cauteloso com o e-commerce brasileiro no curto prazo.
“Após a recente correção (afetando a maioria das ações de tecnologia globalmente), uma possível expansão de múltiplos de AMER3 (com desconto em relação a seus pares, com a ação caindo 60% no acumulado do ano) dependerá da consistência nos próximos trimestres em sua operação de lojas físicas (também um destaque negativo no trimestre) e em meio a um mercado de e-commerce brasileiro bastante competitivo”, diz o BTG.
Após os resultados, a recomendação do BTG é de compra, com preço-alvo de R$ 29.
A Genial Investimentos coloca que já sabia que, em termos operacionais, o trimestre seria desafiador, impactado principalmente pela desalavancagem de vendas.
Para a corretora, a Americanas optou por não crescer a qualquer custo, mantendo uma postura comercialmente cautelosa e preservando margem bruta ao crescimento de faturamento neste trimestre.
“Em nossa visão, essa foi uma decisão acertada do management (administração), afinal não haveria sentido em ver a Americanas ‘gastando’ sua munição em um período ‘pouco elástico’ considerando que o 4º trimestre pode demandar uma maior demanda por parte do consumidor – Black Friday, Copa do Mundo e Natal“, diz.
A Genial recomenda compra para Americanas, com preço-alvo de R$ 28,40.
Para a XP, a companhia reportou resultados fracos neste trimestre, com destaque para a receita em queda na comparação anual e R$ 2,1 bilhões de queima de caixa.
“Mantemos nosso neutro e preço-alvo de R$20,0/ação”, diz.
Em linha, a Ágora Investimentos afirma que este é “um trimestre para esquecer”, e destaca também a escolha de não buscar crescimento acelerado a qualquer custo diante de um ambiente de baixa demanda e alta concorrência.
Como consequência, foi a que teve um pior desempenho de receita no trimestre (-13% em base anual; amplamente em linha com a estimativa do BBI) puxado principalmente pelo canal 1P (vendas diretas ao consumidor) online – o mais exposto a eletrônicos – que caiu 32% em base anual.
Na visão da casa de análises, um quarto trimestre sazonalmente mais forte pode ser um respiro, mas a sustentabilidade em 2023 ainda é discutível. Dessa forma, mantém a postura mais cautelosa, com recomendação neutra para AMER3.
Resultados Americanas
A Americanas teve prejuízo líquido consolidado de R$ 211,5 milhões no terceiro trimestre do ano, de acordo com relatório divulgado pela companhia nesta quinta-feira (10).
O montante representa uma reversão em relação ao resultado do mesmo período de 2021, de lucro de R$ 240,5 milhões.
O consenso do mercado estava na expectativa de um prejuízo de R$ 59 milhões, segundo levantamento da Bloomberg.
Com mais um prejuízo no terceiro trimestre, a companhia acumula montante negativo de R$ 446,7 milhões nos primeiros nove meses do ano, ante os R$ 54,1 milhões positivos no ano passado.
A receita bruta da Americanas mostrou uma queda anual de 14,5% no terceiro trimestre, com o volume atingindo R$ 6,38 bilhões.
A companhia totalizou receita líquida de R$ 5,43 bilhões no trimestre.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado mostrou recuo de 21,6% ano a ano, a R$ 582 milhões, com margem de 10,7% (queda de 1,1 ponto percentual em relação ao terceiro trimestre de 2021).
* Com Diana Cheng
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