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Americanas (AMER3): Ações disparam 180% após lucro de R$ 10,3 bilhões no 3T24

14 nov 2024, 11:19 - atualizado em 14 nov 2024, 19:01
Lojas Americanas
Ações da Americanas disparam na B3 após varejista reportar lucros referentes ao terceiro trimestre de 2024 (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

As ações da Americanas (AMER3) dispararam mais 180% na B3 nesta quinta-feira (14), com o mercado repercutindo o balanço da companhia, divulgado na véspera.

A varejista, que enfrenta processo de recuperação judicial, reportou lucro líquido de R$ 10,3 bilhões referente ao terceiro trimestre de 2024 (3T24), conforme o balanço enviado ao mercado na quarta-feira (13).

O montante representa uma reversão do prejuízo de R$ 1,63 bilhão no mesmo período de 2023, número esse reapresentado pela varejista no balanço.

Os papéis terminaram o dia em alta de 180,06%, a R$ 9,41.



Segundo a companhia, o resultado foi impactado por diversos efeitos decorrentes da execução do Plano de Recuperação Judicial e da quitação das dívidas concursais.

No terceiro trimestre, o resultado financeiro consolidado foi positivo em R$ 14,2 bilhões, atribuído aos descontos das dívidas que estão listadas no Plano de Recuperação.

“O principal impacto foi o reconhecimento como receita financeira dos haircuts gerados no momento da quitação de dívidas concursais com credores financeiros e reversão de juros e atualizações monetárias”, diz o relatório.

Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi positivo, de R$ 497 milhões no 3T24, revertendo o número negativo de R$ 269 milhões do 3T23.

O resultado do terceiro trimestre de 2024 é o primeiro que divulgado pela companhia após a capitalização e os pagamentos de diversos credores.

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XP avalia balanço da Americanas como misto

Na avaliação da XP Investimentos, os resultados da Americanas foram mistos, com crescimento ainda pressionando, no entanto, apresentando melhores níveis de rentabilidade, seguindo a execução do Plano de Recuperação Judicial.

O lucro foi positivamente impactado pelos efeitos da execução do plano, envolvendo a quitação de grande parte das dívidas, destacam os analistas da casa.

A rentabilidade se destacou, com a margem bruta aumentando 2,6 pontos percentuais, impulsionada por um melhor mix de produtos e redução de custos, avalia a XP.

Os analistas desatacam que o GMV (Volume Bruto de Mercadorias) total caiu 4% na base anual, impactado principalmente por um fraco desempenho no e-commerce (-49%), enquanto o varejo físico se destacou com alta de 14% no ano, refletindo o desenvolvimento de três frentes:

  • Produto certo, com a evolução de um modelo de precificação regional (antes nacional) e uma estratégia mais assertiva de abastecimento das lojas;
  • Negociação inteligente, com objetivo de melhorar condições comerciais e aumentar sortimento em loja de categorias onde identificavam demanda/rentabilidade (como papelaria, brinquedos e vestuário);
  • Melhor loja, com testes de novos modelos e otimização do parque, resultando no fechamento de 21 lojas no trimestre, levando a um crescimento de 14% nas vendas das mesmas lojas.

“A companhia reconhece que ainda há desafios pela frente, com foco em melhorar vendas/m², estratégias de precificação e controle de estoque. Mantemos nossa cobertura sob revisão”.