Americanas (AMER3): Ações disparam 114% após lucro de R$ 10,3 bilhões no 3T24
As ações da Americanas (AMER3) dispararam 47% na B3 já na primeira hora de pregão desta quinta-feira (14), com o mercado repercutindo o balanço da companhia, divulgado na véspera.
A varejista, que enfrenta processo de recuperação judicial, reportou lucro líquido de R$ 10,3 bilhões referente ao terceiro trimestre de 2024 (3T24), conforme o balanço enviado ao mercado na quarta-feira (13).
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O montante representa uma reversão do prejuízo de R$ 1,63 bilhão no mesmo período de 2023, número esse reapresentado pela varejista no balanço.
Por volta de 14h25, os papéis operavam em alta de 114,88%, a R$ 7,22.
Segundo a companhia, o resultado foi impactado por diversos efeitos decorrentes da execução do Plano de Recuperação Judicial e da quitação das dívidas concursais.
No terceiro trimestre, o resultado financeiro consolidado foi positivo em R$ 14,2 bilhões, atribuído aos descontos das dívidas que estão listadas no Plano de Recuperação.
“O principal impacto foi o reconhecimento como receita financeira dos haircuts gerados no momento da quitação de dívidas concursais com credores financeiros e reversão de juros e atualizações monetárias”, diz o relatório.
Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi positivo, de R$ 497 milhões no 3T24, revertendo o número negativo de R$ 269 milhões do 3T23.
O resultado do terceiro trimestre de 2024 é o primeiro que divulgado pela companhia após a capitalização e os pagamentos de diversos credores.
XP avalia balanço da Americanas como misto
Na avaliação da XP Investimentos, os resultados da Americanas foram mistos, com crescimento ainda pressionando, no entanto, apresentando melhores níveis de rentabilidade, seguindo a execução do Plano de Recuperação Judicial.
O lucro foi positivamente impactado pelos efeitos da execução do plano, envolvendo a quitação de grande parte das dívidas, destacam os analistas da casa.
A rentabilidade se destacou, com a margem bruta aumentando 2,6 pontos percentuais, impulsionada por um melhor mix de produtos e redução de custos, avalia a XP.
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Os analistas desatacam que o GMV (Volume Bruto de Mercadorias) total caiu 4% na base anual, impactado principalmente por um fraco desempenho no e-commerce (-49%), enquanto o varejo físico se destacou com alta de 14% no ano, refletindo o desenvolvimento de três frentes:
- Produto certo, com a evolução de um modelo de precificação regional (antes nacional) e uma estratégia mais assertiva de abastecimento das lojas;
- Negociação inteligente, com objetivo de melhorar condições comerciais e aumentar sortimento em loja de categorias onde identificavam demanda/rentabilidade (como papelaria, brinquedos e vestuário);
- Melhor loja, com testes de novos modelos e otimização do parque, resultando no fechamento de 21 lojas no trimestre, levando a um crescimento de 14% nas vendas das mesmas lojas.
“A companhia reconhece que ainda há desafios pela frente, com foco em melhorar vendas/m², estratégias de precificação e controle de estoque. Mantemos nossa cobertura sob revisão”.