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Americanas (AMER3), a nova penny stock? Quais são as chances de ação valer menos de R$ 1?

18 jan 2023, 18:33 - atualizado em 18 jan 2023, 18:33
Americanas
Americanas: Mercado começa a avaliar que pedido de recuperação judicial parece inevitável (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

O complicado caso da Americanas (AMER3) continua no radar dos investidores, que seguem mantendo distância da ação com a expectativa crescente de que o pedido de recuperação judicial parece inevitável.

Segundo informações que circulam na mídia, a varejista deve pedir recuperação judicial de R$ 20 bilhões nos próximos dias, uma vez que os acionistas de referência não concordaram com o valor de injeção de capital para salvar a companhia.

Os acionistas de referência, formados pelos bilionários Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, propuseram R$ 6 bilhões, enquanto os bancos pediam R$ 10 bilhões.

E uma apuração do Pipeline mostra que a situação do caixa da Americanas não condiz com os números anunciados anteriormente. De acordo com o site, a realidade do caixa da companhia hoje é de R$ 800 milhões, valor bem abaixo dos R$ 7,8 bilhões apontados na última semana.

Queda livre

As ações da Americanas voltaram a cair nesta quarta-feira (18) com os novos desdobramentos aprofundando as perspectivas negativas envolvendo o futuro da empresa.

Desde que a notícia de que foram detectadas inconsistências contábeis na ordem aproximada de R$ 20 bilhões veio à tona, o papel da varejista despencou de R$ 12 para o patamar atual abaixo de R$ 2.

Nesta quarta, a Americanas recuou mais de 8%, negociada a R$ 1,74.

Dúvidas podem surgir entre investidores sobre as ações da empresa conforme elas se aproximam do patamar emblemático de R$ 1. Seria a Americanas a próxima penny stock da Bolsa?

Para Fernando Ferrer, analista da Empiricus Research, parece cada vez mais provável que a Americanas veja seus papéis sendo negociados abaixo de R$ 1 cada.

Ferrer explica que, valendo perto de R$ 2, precisaria haver uma queda de 50% para a ação da companhia começar a ser negociada a centavos na Bolsa, o que não seria algo difícil de acontecer, dada a volatilidade do papel.

“Não acho difícil, principalmente se sair notícias mais duras envolvendo inconsistências contábeis maiores ou que os controladores sabiam dessas inconsistências. Tem muita pergunta ainda não respondida”, avalia.

Na avaliação de Ferrer, a volatilidade dos papéis da companhia deve perdurar por mais tempo, uma vez que fica a dúvida se ela entrará com o pedido de recuperação judicial ou não.

“E, mesmo entrando em recuperação judicial, ela pode ter uma volatilidade grande”, acrescenta.

Ferrer lembra o caso da Oi (OIBR3;OIBR4), que saiu em dezembro da recuperação judicial, concluindo um processo que se estendia por mais de seis anos. Até a Justiça do Rio de Janeiro determinar o encerramento da recuperação judicial da empresa de telecomunicações, as ações enfrentaram forte volatilidade, chegando inclusive a operar abaixo de R$ 1 por diversos pregões seguidos.

O analista da Empiricus destaca ainda que, uma vez que a Americanas entra em recuperação judicial, ela sai do Ibovespa. A saída da companhia do principal índice da Bolsa brasileira seria mais um fator que pesaria sobre o ativo, porque reduziria o fluxo de negociações do papel.

Possíveis saídas para a Americanas

Empresas com ações abaixo de R$ 1 costumam recorrer ao grupamento de ações na tentativa de levantar o preço e se enquadrar nas regras da B3.

Uma empresa que anunciou recentemente o grupamento de ações foi o IRB (IRBR3), que atingiu mínimas históricas em 2022. Acionistas aprovaram o grupamento de ações na proporção de 30 para 1, que será efetivado em 25 de janeiro.

O grupamento de ações da Oi, aprovado em assembleia na ordem de 1 para 10, passou a valer neste mês. A companhia tem agora tanto os papéis ordinários quanto os preferenciais operando acima de R$ 1.

O grupamento pode ser uma saída para a Americanas, caso ela vire penny stock. Ferrer ressalta, no entanto, que a operação não resolveria “todos os problemas operacionais e dúvidas de caráter de imagem” que a companhia passará a enfrentar.

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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