Americanas (AMER3): Ex-CEO teme pela própria vida e aciona polícia na Espanha
Miguel Gutierrez, ex-CEO da Americanas (AMER3) e que vive atualmente na Espanha, afirmou à polícia que teme pela sua vida e a de seus familiares. Segundo depoimento prestado em uma delegacia de Madri, Gutierrez disse que, nas últimas semanas, veículos o seguem e tiram fotos.
A informação é do colunista Lauro Jardim, d’O Globo. Segundo o jornal, Gutierrez tem cidadania espanhola e vive no país desde julho. O ex-manda-chuva da Americanas informou que os veículos ficam estacionados em frente ao seu prédio, e o acompanham quando sai de casa.
As placas de dois carros e uma moto foram anotadas por Gutierrez e fornecidas à polícia local.
Americanas (AMER3): Rombo bilionário descoberto na gestão Gutierrez
Gutierrez entrou no radar da imprensa, dos investidores e das autoridades brasileiras, quando seu sucessor, Sergio Rial, descobriu, em janeiro, um rombo nas contas da Americanas estimado, na época, em R$ 20 bilhões. Com as investigações posteriores, o buraco é estimado atualmente em mais de R$ 40 bilhões.
O episódio levou à renúncia relâmpago de Rial, que ocupou o cargo de CEO por uma semana, e ao pedido de recuperação judicial da varejista.
Segundo os investigadores, o rombo foi causado por anos de maquiagem dos balanços da Americanas, que omitia das contas o chamado risco-sacado. As operações de risco-sacado repassam a responsabilidade do pagamento de fornecedores para instituições financeiras.
É uma operação de curto prazo, comum para gestão do capital de giro, uma vez que permite a extensão do prazo de pagamento aos fornecedores pela empresa.
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Outras empresas do setor também realizam operações de risco sacado – o que, na avaliação de analistas, evidência um risco de ocultação de informações relevantes no balanço dessas companhias.
Americanas (AMER3): Entenda o caso
O rombo contábil que levou a Americanas (AMER3) à recuperação judicial foi resultado de um fraude, segundo o presidente do Itaú Unibanco, Milton Maluhy Filho.
“Foi uma fraude”, afirmou o executivo durante apresentação a jornalistas sobre os resultados do quarto trimestre, quando perguntado sobre o caso, embora tenha evitado citar nominalmente a empresa, dentro das práticas do setor bancário de não mencionar nomes de cientes específicos.