Perspectivas 2019

América Latina enfrenta maiores desafios em 2019, alerta Moody’s

13 maio 2019, 22:54 - atualizado em 13 maio 2019, 22:56
No Brasil, as condições de negócios para este setor permanecem neutras com tendências positivas até meados ou até o fim de 2020 (Pixabay)

Por Angelo Pavini da Arena do Pavini

Os mercados emergentes enfrentam em 2019 menor crescimento global, mudanças em políticas comerciais e riscos geopolíticos,avalia a agência de classificação de risco Moody’s Investors Service.

A agência analisa uma série de riscos de negócios para mercados emergentes da América Latina em vários setores corporativos em um novo relatório.

O estresse macroeconômico sobre os negócios variará de acordo com região, país e indústria, afirma a diretora-gerente da Moody’s Marianna Waltz.

“Na América Latina, as tendências de consumo refletirão as condições econômicas de cada país, o desenvolvimento de projetos de infraestrutura será lento e a demanda por imóveis refletirá, em grande escala, a saúde das economias locais em 2019 e 2020”, afirma.

Além disso, a produção industrial terá leve recuperação no Brasil e continuará crescendo no México em 2019, acrescenta.

Recuperação maior no Brasil que no México

As tendências de consumo na região espelharão, em grande medida, as condições econômicas de cada país, afirma a Moody’s.

O mercado de consumo continua se recuperando no Brasil, enquanto no México os fundamentos permanecerão estáveis, mas crescerão mais vagarosamente até meados/fim de 2020.

Já na Argentina, o consumo privado continuará caindo, em linha, aproximadamente, com a contração de 1,5% na economia e a inflação persistentemente alta.

No setor de infraestrutura, o desenvolvimento de projetos na América Latina será, de modo geral, lento em 2019 e 2020.

Os fundamentos de infraestrutura no Brasil permanecerão estáveis até meados ou até o fim de 2020 à medida que a economia gradualmente se recupera.

No México, o esfriamento econômico e as limitações fiscais dificultarão a agenda de infraestrutura do governo para impulsionar empregos e o crescimento econômico.

O fraco crescimento do PIB e da atividade econômica na Argentina pesarão sobre a demanda por eletricidade e sobre o gasto público.

Riscos na guerra comercial e no câmbio

A Moody’s afirma que as relações comerciais e as taxas de câmbio representam riscos para o setor manufatureiro em 2019 e 2020.

No Brasil, as condições de negócios para este setor permanecem neutras com tendências positivas até meados ou até o fim de 2020; os setores automotivo, siderúrgico e de bens de consumo são os que mais devem se beneficiar com a recuperação do consumo discricionário doméstico.

O crescimento manufatureiro no México será moderado em 2019, em paralelo com a produção industrial dos EUA.

Setor petroleiro melhor para o Brasil

No setor de petróleo e gás, questões regulatórias e mandatos dificultarão o desenvolvimento de projetos na Argentina e no México, mas se abrandaram no Brasil.

Os fundamentos do segmento são mais positivos no Brasil para 2019-20; no México, no entanto, os fundamentos da indústria de energia são negativos uma vez que a produção de petróleo e gás está em declínio desde 2004 devido a uma insuficiência de investimentos e pesada carga tributária.

Enquanto isso, os setores de siderurgia no Brasil e de mineração no México devem desfrutar de condições de negócios estáveis em 2019-20.

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