Internacional

América Latina deve manter política fiscal expansionista, diz comissão regional

21 abr 2021, 17:44 - atualizado em 21 abr 2021, 17:44
ONU Cepal
A América Latina e Caribe é uma das regiões mais endividadas e com o maior serviço da dívida externa em relação às exportações de bens e serviços, que é de 57% (Imagem: Reuters/Alexandre Meneghini)

A América Latina e o Caribe deveriam manter políticas fiscais e monetárias expansionistas para fazer frente ao impacto causado pela Covid-19, em meio à fragilidade mostrada pela recuperação econômica, afirmou nesta quarta-feira relatório da Cepal.

No documento, Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe, uma agência da Organização das Nações Unidas (ONU), destacou que os esforços fiscais anunciados em 2020 representaram em média 4,6% do PIB dos países da região.

Os esforços foram direcionados ao fortalecimento dos sistemas públicos de saúde, apoio às famílias e proteção da estrutura produtiva.

“Junto com a persistência da pandemia e a dinâmica da vacinação, a capacidade de manter políticas fiscais e monetárias expansionistas gera maiores incertezas em relação ao crescimento econômico”, disse a Cepal.

A agência estimou que a recuperação do PIB para níveis anterioes ao início da pandemia não será alcançada antes de 2023 na maioria dos países da região.

A Cepal também considerou que os gastos fiscais devem servir não apenas para apoiar a demanda interna, mas também para promover o investimento intensivo em empregos, a transformação produtiva, bem como fortalecer e universalizar os sistemas de proteção social.

A expansão dos gastos públicos e a queda na arrecadação de impostos produziram aumentos significativos nos déficits fiscais e nos níveis de dívida na região, disse o relatório.

“A América Latina e Caribe é uma das regiões mais endividadas e com o maior serviço da dívida externa em relação às exportações de bens e serviços, que é de 57%”, disse.

A Cepal chegou a levantar a necessidade de expandir e redistribuir a liquidez dos países desenvolvidos para os em desenvolvimento.

O relatório também explica as experiências de vários países que impuseram impostos sobre a riqueza, muitos dos quais foram revogados principalmente devido aos seus custos de eficiência e aos riscos de fuga de capitais.