Ameaça populista em 2018 ao estilo Bolsonaro é real
O retorno do populismo econômico no Brasil não é impossível, avalia a Capital Economics em um relatório enviado a clientes nesta terça-feira (25). “Ainda é muito cedo para dizer como serão as eleições presidenciais do próximo ano no Brasil, mas não é impossível ver os eleitores colocando um populista econômico de volta no Planalto”, avalia Neil Shearing, economista-chefe para mercados emergentes da consultoria.
Segundo ele, tanto o cenário econômico como o político parecem oferecer um terreno fértil para um populista em outubro do ano que vem.
“A crença – particularmente entre a classe média emergente – de que a instabilidade econômica da década de 1990 tinha descansado foi destruída”, ressalta. Shearing chama a atenção para os baixos índices de aprovação da classe política, o que cria uma sensação de rejeição da classe política como um todo.
Tudo gera o ambiente necessário para que uma pessoa de fora, com uma plataforma populista, possa emergir.
Bolsonaro e Marina
“Ainda não está claro quem poderia ser essa pessoa. Uma possibilidade óbvia é Marina Silva, que atuou como candidata do Partido Verde em 2014 e recebeu cerca de 15% dos votos nas pesquisas de opinião mais recentes. Ela tem credenciais de uma pessoa de fora, mas não tem uma mensagem populista”, ressalta.
Um candidato mais ameaçador é Jair Bolsonaro, alerta a Capital Economics. O deputado federal e ex-militar também possui em torno de 15% e traz consigo uma agenda mais nacionalista e populista.
A Capital Economics ressalta que, com a situação fiscal ruim do Brasil na comparação com outros emergentes, qualquer tentativa de afrouxar as restrições orçamentárias por um populista seria grave perante a sustentabilidade fiscal.