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Ambipar (AMBP3): Bradesco BBI passa a tesoura na recomendação e preço-alvo após disparada superior a 900%

20 dez 2024, 11:46 - atualizado em 20 dez 2024, 11:46
Ambipar
O Bradesco BBI passou a tesoura na recomendação e no preço-alvo para a Ambipar (AMBP3) (Imagem: Divulgação)

O Bradesco BBI passou a tesoura na recomendação e no preço-alvo da Ambipar (AMBP3), que registra salto de 926,96% no acumulado de 2024, movimentação considerada atipíca dos papéis.

Em relatório desta sexta-feira (20), Victor Mizusaki, do BBI, e Renato Chanes, da Ágora Investimentos, rebaixaram AMBP3 de neutra para para venda, com preço-alvo cortado de R$ 135 para R$ 120 — uma desvaloziação projetada de 25% ante o preço de fechamento da quinta-feira (19), de R$ 160.

Os analistas apontam que o corte no preço visa incorporar o maior custo de capital e as novas premissa macroeconômicas — que apontam para continuidade da alta da taxa básica de juros (Selic).

Na abertura do pregão desta sexta, AMBP3 iniciou as negociações em queda e entrou em leilão por oscilação máxima permitida. Por volta de 11h17, ainda em leilão, as ações caíam 3,61%, a R$ 154,22.



Com capital aberto na B3 (B3SA3) desde julho de 2020, a Ambipar direcionou seu foco para aquisições no Brasil e no exterior. Contudo, o efeito observado foi de aumento do endividamento da companhia que, somado a alta da Selic, pressionou as ações.

Neste cenário, a empresa toca uma agenda com foco na redução do endividamento e melhora nas margens, perseguindo a meta de atingir um índice de alavancagem — relação entre a dívida líquida e o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) — de 2,5 vezes até junho de 2025.

No terceiro trimestre de 2024 (3T24), a companhia registrou lucro líquido contábil de R$ 44,5 milhões. Sem considerar a venda de ativos, porém, o prejuízo recorrente da empresa foi de R$ 37,5 milhões.

Ainda que os resultados recentes da Ambipar mostrem que o plano de turnaround (recuperação) pode criar valor para os acionistas, o Bradeso BBI afirma que é muito cedo para assumir um processo mais rápido.

“O Ambipar Group registrou bons resultados no 3T24, confirmando que o recente processo de recuperação em andamento já começou a dar frutos. No entanto, preço é algo muito importante e, para justificar o valuation atual, a Ambipar precisaria crescer mais rápido e realizar um processo de turnaround impecável”, afirmam.

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Disparada atípica da Ambipar

A disparada atípica das ações da Ambipar chamam a atenção do mercado, uma vez que apenas em três pregões da semana passada, os papéis da empresa de gestão ambiental saíram de R$ 138,25 para R$ 268,51 — ou seja, praticamente dobraram de valor sem nenhum comunicado ou fato relevante que justifique o movimento.

Vale destacar que, nas mínimas deste ano, os papéis chegaram ao patamar de R$ 8,05 em maio e  começaram a engatar o movimento de alta logo em seguida, após uma série de aquisições dos papéis na bolsa pelo controlador da companhia, Tércio Borlenghi Junior.

A própria Ambipar foi a mercado com um programa de recompra de ações. A entrada dos fundos da Trustee que têm Nelson Tanure como cotista impulsionou ainda mais os papéis.

*Com Seu Dinheiro

Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.