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Ambev tem lucro de R$ 4,5 bilhões no 4º trimestre; analistas comentam

01 mar 2018, 9:53 - atualizado em 01 mar 2018, 13:39

A Ambev (ABEV3) apresentou um lucro líquido de R$ 3,299 bilhões no quarto trimestre de 2017, resultado 31,7% inferior ao apurado em igual período em 2016. Se ajustado por itens não recorrentes, o lucro da empresa cresceu 23,2% e totalizou R$ 4,506 bilhões.

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No último trimestre do ano passado, a receita líquida chegou a R$ 15,027 bilhões, crescendo 14% sobre o ano anterior. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou R$ 7,296 bilhões, uma elevação de 21,3%.

A margem Ebitda ajustada melhorou de 45,6% no quarto trimestre de 2016 para 48,6% no quarto trimestre de 2017.

No segmento “Cerveja Brasil”, a receita líquida aumentou 15,2% no trimestre e 6,3% no ano. Em termos de volumes, a expansão no trimestre foi de 5,1%, “enquanto a indústria foi estável”.

“2017 foi um importante ano, no qual alcançamos um ponto de inflexão, retomando crescimento. Nosso desempenho na segunda metade do ano indica que estamos no caminho certo para continuar entregando sólidos resultados”, diz a Ambev no informe do balanço.

Análise

Segundo o Credit Suisse, a retomada nas margens em 2018 deve continuar tendo em vista que o hedge cambial estimado pela empresa em seu guidance (responsável por 50% dos custos em dólar) deve cair de R$ 3,59 para R$ 3,16. Além disso, os analistas Antonio Gonzalez, Mariana Hernandes e Manuel Melo y Ramirez argumentam que a exclusão do ICMS da base de cálculo das contribuições nos primeiros nove meses do ano e a retomada da indústria de cerveja no Brasil e na Argentina também podem deixar o caminho melhor para a companhia.

“Se a Ambev oferecer uma dinâmica superior do crescimento da receita versus a indústria no Brasil (o que é provável, em nossa opinião), as estimativas de consenso podem estar muito conservadoras. Nós mantemos nossa classificação ‘outperform’”, ressaltam os analistas. O preço-alvo projetado é de R$ 23,50.

“Esperamos uma reação geral positiva aos resultados, impulsionada por um desempenho de receitas mais encorajador no Brasil. Com base nas perspectivas de 2018, ainda acreditamos que nossas estimativas atuais são bastante equilibradas, apoiadas pelas expectativas de recuperação de volume, ganhos de preços reais e custos mais baixos no Brasil, o que, em última instância, implica que a ação ainda é comercializada a um múltiplo puxado de 23 vezes o P/L para 12 meses”, avaliam os analistas Thiago Duarte e Vito Ferreira, do BTG Pactual. A recomendação para as ações é neutra, com preço-alvo de R$ 20.

O Ebitda no trimestre superou as estimativas do consenso e do Itaú BBA, assim como o crescimento do volume de cerveja. Os analistas do banco seguem com recomendação “outperform” (expectativa de desempenho acima da média do mercado) para a ação da Ambev, com preço-alvo de R$ 25 para o fim de 2018.