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Ambev: queda nas margens das vendas de cervejas no Brasil é temporária, dizem analistas

11 ago 2020, 10:45 - atualizado em 11 ago 2020, 11:13
A subsidiária brasileira da Anheuser Busch InBev lucrou 1,27 bilhão de reais entre abril e junho (Imagem: Instagram/Ambev)

A queda nas margens de vendas de cerveja da Ambev (ABEV3) no Brasil é temporária, na visão da XP Investimentos e do Credit Suisse. Para os analistas, a pequena baixa de 1,6% no consumo do produto reportada no segundo trimestre do ano foi uma surpresa positiva para o setor.

“Nesse sentido, estamos mais otimistas com o segmento, mas vale ressaltar que seguimos esperando que a receita e margem do segmento neste ano fiquem abaixo das de 2019, em função de maiores dificuldades para volume, preço e custos mais altos”, informou a XP.

O lucro líquido da companhia caiu pela metade no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, com as vendas e volumes afetados pela pandemia do coronavírus e despesas financeiras maiores.

A subsidiária brasileira da Anheuser Busch InBev lucrou 1,27 bilhão de reais entre abril e junho, de acordo com o balanço, queda de 51,4% na comparação anual, conforme medidas de isolamento social alteraram as dinâmicas de consumo de bebidas.

O desempenho operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado recuou 28,6% para 3,35 bilhões de reais, com a margem Ebitda ajustada caindo para 28,8% ante 38,6% no segundo trimestre de 2019.

“À medida que o mix de canais locais começa a se normalizar com a reabertura de bares e restaurantes, esperamos que o consumo de cerveja do Brasil também melhore. Não vemos a margem Ebitda da cerveja no Brasil de 31,2% no trimestre como o “novo nível normal”, mas sim um resultado de fatores transitórios”, informou o Credit Suisse.

Pensando no setor de não-alcoólicos, a XP avaliou negativamente o desempenho da Ambev. De acordo com eles, o segmento foi a principal surpresa negativa, sobretudo em termos de preços, que caíram -15% anual e vieram 16% abaixo das estimativas.

Na visão dos analistas da XP, as margens da companhia ainda estão pressionadas, com dificuldade no repasse de preços, competição acirrada e pressão de custos. Sendo assim, a recomendação continua neutra para os ativos, mas o preço-alvo passou de R$ 15 para R$ 16 por ação.

“Enxergamos as iniciativas de inovação da Ambev como positivas para a empresa no longo prazo, porém ainda difíceis de serem quantificadas”, avaliou a corretora.

O Credit Suisse, por sua vez, avaliou as ações da empresa como desempenho acima do mercado (outperform) e definiou o preço-alvo de R$ 20 por ação.