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Ambev mostra mais uma vez execução impressionante durante a crise, afirmam analistas

29 out 2020, 17:38 - atualizado em 29 out 2020, 17:38
Ambev Empresas
De acordo com a XP Investimentos, os números da Ambev sinalizam uma recuperação em “V” (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)

A Ambev (ABEV3) surpreendeu mais uma vez o mercado e divulgou um balanço acima do esperado. A cervejaria apresentou queda de 9,4% no lucro líquido do terceiro trimestre do ano, mas registrou crescimento em volumes e receita.

A receita líquida consolidada teve crescimento de 30,5% e totalizou R$ 15,6 bilhões. Já os volumes chegaram a 42,4 milhões de hectolitros. No Brasil, houve avanço de 1,2% na receita líquida e alta de 19,8% nos volumes.

De acordo com a XP Investimentos, os números da Ambev sinalizam uma recuperação em “V”. A corretora destacou o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de R$ 5 bilhões, valor 20% acima das projeções dos analistas. A margem, por outro lado, caiu de 36,9% para 32,5% em um ano.

“A flexibilidade operacional e comercial foram estratégicas em permitir o reposicionamento da empresa, apesar das incertezas no cenário de curto prazo”, comentou a XP. Mesmo com as preocupações de uma segunda onda do coronavírus, a corretora segue confiante com as iniciativas de inovação da Ambev, e por isso manteve a recomendação de compra para a ação, com preço-alvo de R$ 17,15.

Cautela prevalece

O BTG Pactual (BPAC11) disse que a execução da Ambev no terceiro trimestre foi “impressionante”, considerando as circunstâncias da covid-19. A companhia conseguiu se adaptar à nova realidade e mostrou que sabe se sair bem em meio a uma crise.

“Nossa sensação de que a Ambev enfrenta bem as crises nunca fez mais sentido. A execução forte e a flexibilidade para se adaptar às novas tendências compensaram mais uma vez”, afirmou o BTG.

O BTG Pactual disse que a execução da Ambev no terceiro trimestre foi impressionante (Imagem: Money Times/Gustavo Kahil)

No entanto, o desempenho da empresa na pandemia levanta dúvidas se ela vai conseguir manter ou superar os níveis atuais de suas operações.

“À medida que alguns dos alicerces provisórios da covid enfraquecem (competidores com dificuldades, aumento de renda fornecido pelo governo) e a inflação de alimentos aumenta, a Ambev vai mais uma vez contar com o sucesso de suas marcas principais, que mais uma vez tiveram desempenho inferior de até onde podemos nos lembrar”, destacou o BTG. “Nos perguntamos se a recuperação do volume/participação de mercado vai durar ou apenas aparecer como ‘bases comparativas difíceis’ daqui a um ano”.

O banco decidiu preservar a recomendação neutra e o preço-alvo de R$ 13 ao papel. A Mirae Asset também reafirmou sua indicação neutra, com preço-alvo de R$ 15,45, em razão das margens pressionadas e pela expectativa de aumento da concorrência.