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Ambev mostra agilidade em se adaptar ao cenário da pandemia, avalia XP

24 set 2020, 13:43 - atualizado em 24 set 2020, 13:52
Skol Ambev ABEV3
A XP Investimentos destacou a preocupação da Ambev com as operações a longo prazo, visto que a cervejaria está tomando medidas para controlar os custos (Imagem: Instagram/Skol)

A Ambev (ABEV3) está mostrando agilidade no processo de adaptação ao novo cenário criado pelo coronavírus, disse a XP Investimentos. A companhia informou ontem (23) que inaugurou sua primeira fábrica de latas em Sete Alagoas, Minas Gerais, após acompanhar as mudanças nos hábitos dos consumidores.

O anúncio da criação da unidade aconteceu no ano passado, mas a companhia disse que acelerou a construção no início da pandemia.

Com investimentos de aproximadamente R$ 700 milhões, a fábrica tem capacidade de produção anual de 1,5 bilhão de latas e foi desenvolvida para suprir o aumento da demanda de clientes que começaram a beber dentro de suas casas com o fechamento de bares e restaurantes na quarentena.

Além de ser uma boa notícia no curto prazo, a XP chamou atenção para a preocupação da Ambev com as operações a longo prazo, visto que a cervejaria está tomando medidas para controlar os custos, principalmente em um ambiente competitivo desafiador.

Ambev Empresas
Segundo a Ágora Investimentos, o ganho de participação de embalagens descartáveis sobre as retornáveis é ruim para as margens da empresa (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)

Falta de clareza

Para a Ágora Investimentos, falta clareza sobre o potencial de economia nos custos de latas que a Ambev vai ter com a nova unidade.

“Estimamos que a capacidade desta planta seja equivalente a cerca de 5% da produção de latas do Brasil em 2019 (29,6 bilhões de unidades) e, portanto, presumimos que a Ambev continuará a depender principalmente de terceiros para suas necessidades de latas (já que tem aproximadamente 60% do mercado brasileiro de cerveja)”, avaliou a corretora.

Além disso, a Ágora destacou que o ganho de participação de embalagens descartáveis sobre as retornáveis é ruim para as margens da empresa.

“A vantagem de custo das garrafas retornáveis (podem ser reutilizadas mais de 20 vezes) permite que a cerveja seja vendida a preços por hectolitro 20-30% mais baixos do que as latas, e 50-60% mais baixos que as garrafas descartáveis”, explicou.

A recomendação da Ágora segue como neutra. O preço-alvo indicado para a ação é de R$ 15,30.

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