Ambev: metas para 2020 mostram o quanto a empresa “corre perigo”
Os números do quarto trimestre, divulgados pela Ambev (ABEV3), vieram dentro do esperado pelo mercado. Por isso, os primeiros relatórios de analistas, nesta manhã de quinta-feira (27), focam no cenário que a própria Ambev traça para 2020. E, neste ponto, as perspectivas não são boas.
Thiago Duarte e Henrique Brustolin, que assinam a análise do BTG Pactual, por exemplo, afirmam que as perspectivas “não foram encorajadoras”. A dupla destaca a expectativa de que os custos continuarão pressionando as operações, e uma nova queda do ebitda no primeiro trimestre.
Isto, depois de a empresa registrar, no quarto trimestre, uma margem de ebitda de 43,7% – a menor para um trimestre desde 2005, segundo o banco. Tudo somado, a lucratividade da Ambev só deve acelerar no fim de 2020, segundo o BTG Pactual.
“Isso sublinha, mais uma vez, quanto o mercado brasileiro de cervejas se fortaleceu com o fim do virtual monopólio da Ambev”, afirma o banco. “Tudo isso coloca, novamente, em perigo seu notável poder de impor preços e suas margens operacionais”.
Assim, o BTG Pactual manteve sua recomendação neutra para os papéis da Ambev, com preço-alvo de R$ 19 – uma valorização potencial de 20% sobre a cotação de referência do banco.
Retorno incerto
O Credit Suisse segue na mesma linha do BTG, mas enfatiza que não está claro, se o volume de vendas vai aumentar no primeiro trimestre, como resultado do sacrifício da lucratividade no período.
Assinado pelos analistas Antonio Gonzalez e Marcella Recchia, o relatório destaca o potencial impacto negativo dos resultados sobre as ações da companhia no curto prazo, mesmo com um desempenho 7% inferior ao do Ibovespa nos últimos 12 meses.
De qualquer modo, o banco suíço manteve sua recomendação de outperform (desempenho esperado acima da média do mercado), com preço-alvo de R$ 22 por ação.
Veja a íntegra dos resultados da Ambev.