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Ambev garante o happy hour do investidor

26 jul 2018, 9:05 - atualizado em 26 jul 2018, 9:05

A Ambev (ABEV3) deixou o mercado de boca aberta após a apresentação dos resultados do segundo trimestre de 2018. Enquanto os analistas esperavam um balanço ruim, afetado pela greve dos caminhoneiros e pela Copa do Mundo, a fabricante de bebidas revelou um crescimento de 9,7% no lucro líquido ajustado para R$ 2,348 bilhões. O lucro por ação ficou em R$ 0,14, um pouco abaixo do consenso.

Segundo a empresa, o avanço é resultado do crescimento orgânico da geração de caixa medida pelo Ebitda e uma menor alíquota de imposto, que foram parcialmente compensados por maiores despesas financeiras. “Nossos resultados no Brasil foram impulsionados por uma combinação da nossa excelência operacional, a qual foi decisiva durante a greve dos caminhoneiros, e uma execução consistente das nossas plataformas de crescimento”, diz a empresa.

O Ebitda ajustado atingiu R$ 4,534 bilhões (+16,7%) no, com uma margem bruta de 61,9% (+170 pontos-base) e uma margem Ebitda de 39,4% (+180 p.b.).  A receita líquida aumentou 11,4%, com crescimento de volume de 2,6% e da receita líquida por hectolitro (ROL/hl) de 8,6% e ficou em R$ 11,5 bi (expectativa de R$ 11,1 bi).  O avanço foi visto em quase todas as operações, incluindo Brasil (+9,3%), América Central e Caribe (+16,2%) e América Latina Sul (+25,6%). O Canadá apresentou queda de 2%.

Avaliação

“Pela primeira vez em muito tempo, vemos os resultados da Ambev gerando potencialmente revisões positivas de lucros pela Street, o que deve suportar uma reação inicial positiva do mercado”, apontam os analistas do BTG Pactual Thiago Duarte e Vito Ferreira. Eles mantêm a recomendação neutra e o preço-alvo de R$ 19. Para eles, um dos destaques que saltou aos olhos foi o de refrigerantes no Brasil.

O volume aumentou 1%, enquanto a indústria de refrigerantes como um todo caiu um dígito médio. Adicionalmente, a empresa mostrou um sólido crescimento da ROL/hl (+9,2%), o que contribuiu para um crescimento de 10,2% da receita líquida. Os não alcoólicos tiveram um forte desempenho de custo, que foi positivamente impactado por câmbio e preços mais baixos do açúcar, impulsionou o crescimento do Ebitda em 44,2% e a expansão da margem Ebitda de 920 pontos-base

“Finalmente, nós sinalizamos que a geração de caixa da Ambev continua melhorando significativamente, alta de 45% ano a ano no trimestre (ou + 9,7% no acumulado do ano, a R$ 6 bilhões positivos) enquanto o investimento caiu 2,5% no acumulado do ano (R$ 1,3 bilhão). Nós achamos que as ações devem reagir positivamente aos resultados anunciados”, destaca o Credit Suisse em um relatório assinado por Antonio Gonzalez e Mariana Hernandes.

Ambev – Resultado