Ambev está confiante com ganho de participação em mercado premium no longo prazo
A Ambev (ABEV3) parece ter uma estratégia bem definida a longo prazo. Durante a 14ª edição da Annual Latin America Equities Conference do Credit Suisse, realizada pela primeira vez em formato online, a administração da cervejaria mostrou confiança com a atuação da companhia no segmento premium.
Embora reconheça que a influência da rival Heineken no mercado continua forte, a Ambev acredita que os ganhos de participação de mercado no segmento premium serão liderados por empresas que oferecem um portfólio completo, para múltiplas ocasiões de consumo.
A empresa, inclusive, acha que está bem posicionada para fortalecer sua participação na categoria, tendo seu portfólio formado por Budweiser, Stella Artois, Becks, Corona, Brahma Chopp, Colorado, Serramalte, Original e marcas da Michelob Ultra.
Já o segmento core plus deve desbloquear crescimento para a Ambev daqui em diante. A companhia vê oportunidades de desenvolver mais três marcas dentro da divisão, que já tem a Brahma Duplo Malte e a Bohemia. As novas bebidas estão em fase de teste.
Recuperação dos volumes
Os volumes de cerveja no Brasil se recuperam e reforçam a perspectiva de que o pior ficou para trás. Os números de julho e agosto indicam a boa performance da Ambev. As margens continuam pressionadas, mas menos do que no segundo trimestre.
De acordo com o Credit Suisse, resta saber quais são os planos da companhia para minimizar o aumento da pressão nos custos e levar as margens para cima novamente em 2021.
“A Ambev vê quatro principais alavancas para impulsionar as margens daqui para frente: (i) crescimento de volumes com aumento do mix de RGB [garrafas de vidro retornáveis]; (ii) ampliação da margem de crescimento do segmento core plus; (iii) inovação da margem além do portfólio de cerveja; e (iv) investimento em tecnologia para aumentar a eficiência em oferta e vendas”, listou a analista Marcella Recchia, em relatório divulgado pelo banco aos clientes.
A incerteza sobre o sucesso dessas estratégias predomina no curto prazo. No entanto, o Credit Suisse decidiu manter a recomendação de outperform (desempenho esperado acima da média do mercado) da ação, com preço-alvo para o fim de 2020 de R$ 20.