Ambev dispara 9,7% após resultado, mas analistas se dividem sobre futuro da ação
A ação da Ambev (ABEV3) disparou após a companhia divulgar os resultados financeiros do 3º trimestre nesta quinta-feira (28). Os ativos subiram 9,72%, cotados a R$ 16,70.
A euforia do mercado deve-se aos maiores números consolidados já registrados na história da empresa para o período entre julho e setembro. No entanto, os analistas estão divididos sobre o futuro da ação.
“A Ambev mais uma vez superou as expectativas em uma execução de vendas de alto nível, o que permitiu que seus volumes atingissem o nível recorde no terceiro trimestre, ainda mais impressionante considerando as comparações difíceis do ano passado”, afirma Marcella Recchia, analista do Credit Suisse, ao tecer elogios para a empresa.
A especialista classificou o ativo como Outperform, desempenho acima da média do mercado, com preço-alvo de 18,50, melhora de 18,27% em relação ao fechamento desta quarta-feira (27).
Para a XP Investimentos, a Ambev entregou um forte crescimento na receita, além de um lucro líquido muito positivo, de R$ 3,6 bilhões.
Sendo assim, os analistas recomendaram compra para o papel com preço-alvo de R$ 20 para o fim de 2021. Para eles, a empresa está superando seus concorrentes e está melhor posicionada para uma recuperação do setor, alta de 24%.
A Ágora Investimentos também está otimista com a empresa. Após o resultado, os analistas calcularam que a cervejaria está sendo negociada múltiplos atraentes, como o Preço sobre o Lucro avaliado em 17,8 vezes, abaixo da média histórica da empresa, que é de 23 vezes.
“Isso dá suporte à nossa recomendação de compra, e um Preço sobre Lucro ainda mais atraente em 2023 de 14,4 vezes, pois prevemos que a margem Ebitda se recuperará devido à nossa expectativa de menores custos de insumos”, explicam Leandro Fontanesi e Ricardo França.
Por isso, a Ágora possui recomendação de compra com preço-alvo de R$ 21,00, avanço de 27,5%.
Nem tudo são flores
Por outro lado, as outras três corretoras pedem um pouco mais de cautela com a ação, mesmo após um bom resultado.
Para a Ativa Investimentos, os problemas com as margens são preocupantes e merecem atenção do investidor, tendo em vista que o mostrado no resultado foi pior do que o esperado pela casa de analise.
“Vimos a margem bruta da companhia ficar pressionada e abaixo das projeções da Ativa, em razão da já esperada pressão inflacionária exercida pelas commodities e a alta do câmbio”, disse Pedro Serra.
Para o especialista, o momento não deve ser euforia, por isso, ele possui recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 17,80, aumento de 14,5%.
Para o BTG Pactual, o ideal é ficar neutro com o ativo. Para os analistas, o papel tem possibilidade de gerar ganhos no curto prazo, mas nos próximos 12 meses, o banco enxerga que a ação pode chegar a valer R$ 16.
Por fim, o Itaú BBA observa que a pressão sobre as margens podem piorar no próximo ano.
“Esperamos que essa tendência se acelere ao longo de 2022, já que o cenário de pressão de custos deve continuar a gerar alguns obstáculos para a recuperação da lucratividade da Ambev”, dizem Gustavo Troyano e Victor Gaspar.
Desse modo, a instituição financeira classifica a ação como Market Perform, desempenho dentro média do mercado, com preço-alvo de R$ 19 para o final de 2021, alta de 19,9%.