Ambev (ABEV3): O impacto da reforma tributária nos dividendos, segundo BTG
A Ambev (ABEV3) se destaca como uma empresa que poderá sofrer um dos mais profundos impactos nos lucros e no retorno aos acionistas com o fim da desoneração tributária gerada pelo pagamento de juros sobre capital próprio (JCP), avalia o BTG Pactual.
Nesta terça-feira (13), Fernando Haddad confirmou o nome de Bernard Appy como secretário especial para a reforma tributária do futuro governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
Para Victor Inoue, head de produtos da WIT Invest, a indicação reforça a posição do novo governo em aprovar da forma mais rápida possível a reforma tributária. Também é inevitável, segundo o especialista, que a nova reforma traga a tributação de dividendos.
Por volta das 12h30, as ações da companhia recuavam 3,27% no pregão do dia.
Pontos de impacto para a Ambev
A principal preocupação do BTG sobre uma reforma tributária seria o fim do benefício fiscal relacionado à IoE, cuja mudança “é um dos principais consensos entre os formuladores de políticas brasileiras”, aponta o relatório do banco.
Mas outros fatores, como a tributação de dividendos, “também podem ser considerados e também seriam negativos para os acionistas da Ambev“, explicam os analistas.
O BTG ressalta que as ações da Ambev já estão em alta para muitos de seus pares globais e que podem parecer ainda mais exigentes, dependendo do impacto final de uma possível reforma tributária.
Apesar disso, os especialistas do banco avaliam que essa percepção tem sido, por muito tempo, “uma âncora para um desempenho mais forte das ações da Ambev“.
O banco calcula que a cervejaria pode continuar negociando em alta por um tempo, mas mantém a recomendação neutra para as ações da empresa.