Ambev (ABEV3) foi “cafequizada” para ajudar na ressaca da Brahma Duplo Malte
A história do por trás dos novos empreendedores do café especial é antiga. Nasceram no meio, cresceram catequizados de família e descobriram fórmulas de ganhar dinheiro com o produto diferenciado que todo mundo sabia que existia mas ninguém via.
A última do Coffee++, marca mineira que faz barulho no setor em dois anos de vida aproximadamente, foi “cafequizar” a Ambev (ABEV3).
A “cafequização” da gigante, do neologismo verbal criado por Leonardo Montensanto, Rafael Terra e Pedro Brás, teve início no começo do ano e há poucos dias o resultado está na praça.
Coffee++ Brahma, o sétimo café da empresa, associado à Brahma Duplo Malte. A cervejeira vinha trabalhando várias conexões mercadológicas, como produtos de outros universos, para catapultar a bebida cremosa lançada às vésperas da pandemia.
E os três jovens cafeicultores mineiros, que se dividem com produções próprias nos terroirs da Serra da Mantiqueira, da Serra da Canastra e da Chapada (Norte de Minas), tinham o produto apropriado para essa parceria, conta Brás, que também é o produtor do dito grão da Canastra, com toque sensorial de malte – claro.
E natural, ou seja, não induzido, acrescenta o diretor industrial, responsável pela qualidade dos produtos da empresa.
Café contra ressaca
Para a cervejeira, é um mundinho a mais. Para a Coffee++ é um universo de fiéis bebedores, que podem se lembrar do café antes e depois da ressaca.
Os termos do acordo não são divulgados, mas os dois parceiros faturam, conta o Pedro Brás.
Ainda não há uma expectativa do quanto vai incorporar em vendas o novo drip (sachê) aos cerca de R$ 20 milhões de faturamento de 2021.
Mas tendo em vista o crescimento do segmento dos cafés gourmets, à razão acima de 10% ao ano, para uma classe de apreciadores que não conhece a crise pela qual passa os brasileiros que tomam o café comum, o cenário é favorável. São cerca de 5 milhões de sacas anuais, dentro das 20 a 24 milhões que o Brasil consome.
A Coffee++ nasceu 100% no e-commerce e atualmente está em 800 pontos de vendas físicos, em pó, em grãos e em cápsulas.
A empresa compra de vários fornecedores, como também dos próprios sócios, Brás faz o trabalho de garantia de qualidade – baseado em Piumhi – e um terceirizado se encarrega do processo industrial.
Em tempo 1: café especial está acima da escala de mediação do tipo arábica, de 80 pontos, na qual variáveis com a região produtora (terroir), método de produção, colheita (essa, sim, quase toda a mão) que garante a catação do “cerejinha”, pós-colheita e características sensoriais, porém os da Coffee++ “são super especiais, acima de 84 pontos”. O café do sócio Montensanto já foi considerado o melhor do mundo, com 94 pontos.
Em tempo 2: a empresa exporta, sim, para Europa e Estados Unidos, mas o mercado externo não é visto como a galinha dos ovos de ouro e nem interessa muito. 95% fica no Brasil.
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