Ambev (ABEV3): Estes analistas não veem a ação valendo compra agora; saiba o porquê
Os resultados trimestrais da Ambev (ABEV3), divulgados na manhã desta terça-feira (31), foram bem recebidos pelo mercado, tanto que as ações aproveitam uma valorização de mais de 3% diante da repercussão de números acima das expectativas.
A companhia apresentou lucro líquido ajustado de R$ 4,03 bilhões no terceiro trimestre do ano, crescimento de 25,1% em relação ao mesmo período de 2022.
Enquanto isso, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado totalizou R$ 6,58 bilhões, representando um crescimento anual de 17,6%.
Analistas do mercado destacam a melhora nos números, com a divisão brasileira e a América Central e no Caribe (CAC) se apresentando como os destaques positivos da temporada.
Enquanto isso, analistas chamam atenção para os números mais fracos na indústria cervejeira canadense.
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ABEV3 divide opiniões
O Bradesco BBI e o Bank of America (BofA) mantiveram a recomendação de compra das ações após a divulgação do balanço, citando um valuation descontado, com a empresa sendo negociada com múltiplo preço/lucro atrativo de 10,2 vezes para 2024, 50% abaixo em relação à sua média histórica, e a expectativa por uma fase ainda melhor de resultados nos próximos 12-18 meses.
Porém, outras instituições, como BTG Pactual, Itaú BBA e Genial Investimentos, ainda não ganharam confiança o suficiente com a tese da Ambev para elevar a recomendação para compra.
O BTG e a Genial seguem neutros com ABEV3, enquanto o BBA tem recomendação de market perform, equivalente a uma classificação neutra.
Mesmo diante de um balanço positivo que deve levar à revisão de estimativas, o BTG levanta os riscos ainda existentes para a ação.
“Os riscos para os lucros continuam muito vivos com base nos temas macro/fiscais do Brasil e da Argentina, e na discussão acima mencionada sobre a capacidade do portfólio de marcas de sustentar um equilíbrio entre volume e preço mais saudável”, afirma.
Para o BBA, a recomendação de market perform será mantida até que o time de análise da instituição tenha uma visão mais clara sobre os potenciais impactos das mudanças envolvendo os juros sobre o capital próprio (JCP).
“Vemos atualmente a Ambev negociando a 12,5 vezes preço/lucro para 2024, mas, se ajustarmos nossa carga tributária para considerar a potencial exclusão de benefícios, veríamos um múltiplo de 16 vezes”, pondera.
Como o BTG, o banco cita o cenário nebuloso na Argentina, mesmo com a tendência de expansão de margem à frente que deve entregar suporte à ação no curto prazo.