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Ambev (ABEV3): Entre beber cerveja mais cara e comprar a ação, veja a escolha do BofA

06 abr 2022, 12:39 - atualizado em 06 abr 2022, 12:39
Ambev
A Ambev, como todo setor cervejeiro, teve um início de ano desafiador (Imagem: Rafael Borges/Money Times)

Os desafios para o mercado de cervejas devem aumentar daqui para frente, avalia o Bank of America (BofA).

Segundo o banco, a indústria cervejeira iniciou 2022 com o pé esquerdo, tendo que lidar com a inflação de custos, o que acabou impactando os preços das bebidas, e condições climáticas desfavoráveis.

O BofA destaca que foi possível detectar preços recordes de marcas conhecidas no canal off premise (supermercados) durante o primeiro trimestre, como Heineken e Stella Artois, ao passo que os custos continuam subindo por conta da inflação, pressionando as margens do setor.

“Nossos canais de verificação indicam um nítido avanço nos preços em todos os segmentos e empresas, com crescimento de 2-6% t/t, dependendo da marca e do canal”, comentam Isabella Simonato e Guilherme Palhares, responsáveis pelo relatório divulgado no começo da semana.

Os analistas chamam atenção para o fato de os preços da Budweiser terem permanecido estáveis, enquanto a Original, grande player no canal on premise (bares e restaurantes), apresentou uma queda nos preços a/a no canal online.

Queda na produção

Um fator que preocupa é o menor volume de produção de bebidas alcoólicas visto no primeiro trimestre, com o setor registrando uma queda de 23% no acumulado do ano.

Segundo o BofA, a média do primeiro trimestre de 2022 está atualmente 15% menor em comparação com o mesmo período de 2021.

A produção de embalagens, tanto de vidro quanto de alumínio, também caiu sequencialmente (-9% e -15%, respectivamente).

“Neutra” para Ambev

O BofA tem recomendação “neutra” para as ações da Ambev (ABEV3). Apesar da melhora no mix de canais/produtos, o banco está levando em consideração a elevada inflação de custos e um cenário de consumo desafiador.

Com o conflito entre Rússia e Ucrânia se estendendo, os preços das commodities, em especial alumínio, milho e trigo, devem seguir pressionados, impactando a indústria cervejeira.

Isso significa que os custos devem aumentar, criando necessidade de repasse de preços e embalagens menores ao consumidor final. Por parte das empresas, pode haver necessidade de rebalanceamento de portfólio, avalia o BofA.

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