Ambev (ABEV3) desaba após resultados e analista avalia ‘potencial de crescimento limitado’; o que fazer com a ação?
A Ambev (ABEV3) despenca no pregão desta quinta-feira (29), após reportar queda de 10,9% no lucro líquido do quarto trimestre de 2023 (4T23), a R$ 4,52 bilhões.
A companhia divulgou o balanço antes da abertura do mercado. Por volta de 12h55, o papel liderava as maiores baixas, com desvalorização de 6,99%.
O analista Lucas Bonventi, da Genial Investimentos, avaliou em relatório divulgado nesta manhã que os resultados vieram mistos e que o potencial de crescimento da companhia é limitado. A recomendação da corretora de “manter” a ação foi reiterada, ao preço-alvo de R$ 15.
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O que pesou para Ambev?
Na avaliação da Genial, a receita líquida da companhia — R$ 19,98 bilhões, queda de 11,9% ante o mesmo período de 2022 — foi prejudicada pelas operações na Argentina, no segmento da América Latina do Sul (LAS) e Canadá, devido a dificuldades macroeconômicas no país.
Para ambos os países, a corretora destaca que não identifica melhorias no curto a médio prazo, além de ver pouco upside (potencial) em relação ao preço atual de tela.
Pensando nos próximos trimestres, Bonventi avalia que o viés é baixista para as commodities trigo e milho, mas isso faz com que exista “espaço para novas pequenas expansões de margens nos próximos exercícios”.
No lado positivo, Brasil e CAC (América Central e Caribe) foram os destaques, segundo a Genial.
No país, o segmento de cervejas atingiu uma receita líquida por hectolitro (ROL/hl) impulsionada pelo carry-over (excesso) dos aumentos de preços implementados em 2023, e por iniciativas de gestão de receita, crescendo 7,2% no ano.
O Itaú BBA, em relatório divulgado hoje, destacou que as despesas fiscais consolidadas também foram uma “surpresa positiva”, o que compensou parcialmente os números operacionais ligeiramente mais fracos do que o esperado no trimestre.
O consenso reunido pela Bloomberg apontava para um lucro de R$ 4,68 bilhões no período.
A perspectiva do BBA para Ambev traz uma abordagem “mais conservadora” e ainda neutra.
A corretora diz que as estimativas para a companhia já incluem uma redução nas isenções fiscais de juros sobre capital próprio (JCP) e na tributação sobre subvenções de ICMS, o que corresponde a um impacto negativo de 15% e 7%, respectivamente, na previsão anterior de lucro por ação (LPA) para 2024.
Por fim, Leandro Fontanesi e Ricardo França, do Bradesco BBI, reforçam que os preços de ABEV3 subiram 4% na semana, em antecipação aos resultados, e que hoje poderia ocorrer uma correção de preço. A recomendação da casa ainda é de “compra“, ao preço-alvo para o fim de 2024 de R$ 21.