Ambev (ABEV3): Crescimento de receita começa a ser testado; BTG corta preço-alvo
O BTG Pactual (BPAC11) reduziu o preço-alvo da ação da Ambev (ABEV3) para R$ 16 e cortou as estimativas de lucros em 13% para 2022 (agora lucro líquido ajustado estimado de R$ 10,7 bilhões), refletindo custos mais altos e acomodação da demanda por cerveja.
O banco manteve a recomendação neutra para o nome. Além de ver o papel negociado com um prêmio em relação à sua média histórica e aos pares (não merecido, na avaliação dos analistas), o BTG acredita que a sustentabilidade das tendências que têm alavancado os resultados da Ambev, como crescimento de receita, aumento de volumes e recuperação de participação de mercado, começou a ser testada.
De acordo com a instituição, conforme o mercado avança para um ano mais “normal”, a demanda deve finalmente responder ao menor poder de compra dos consumidores.
“Há muito tempo descrevemos a demanda geral de cerveja como sendo, principalmente, uma função da renda disponível. No ambiente atual de alto desemprego e pressão da inflação de alimentos, temos dificuldade em ver o recente aumento do consumo per capita de cerveja como sustentável, e acreditamos que o quarto trimestre de 2021 começará a atestar isso”, comentam Thiago Duarte, Henrique Brustolin e Bruno Lima, em relatório divulgado na sexta-feira (28).
Além disso, os concorrentes da Ambev, afetados pela escassez de matérias-primas, estão agora com mais capacidade para disputar fatias maiores na indústria.
O BTG prevê que as margens continuarão a tendência de contração na base anual devido ao aumento dos custos nas operações do Brasil (+23% ano a ano no quarto trimestre) e com a Ambev entregando aumento de custo no mínimo esperado para o ano (+20%).
O banco, que levanta a possibilidade do poder de precificação sofrer mais uma vez, destaca que o fato das ações da Ambev terem devolvido boa parte da valorização adquirida após os resultados do terceiro trimestre sugere que o mercado também está cauteloso com a companhia.
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