Ambev (ABEV3): Argentina de Milei ainda será um problema para empresa, veem analistas
A Ambev (ABEV3) divulgou seus resultados do primeiro trimestre de 2024 (1T24) nesta quarta-feira (08). Apesar do recuo na receita da empresa, analistas preferem manter as ações.
Os papéis ABEV3 recuavam 3,49%, às 14h42 desta quarta.
Para a Genial Investimentos, em relatório escrito pelo analista Lucas Bonventi, a recomendação é “manter” as ações, apesar da previsão de baixo potencial de crescimento na companhia.
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O relatório destaca os mercados de Brasil e CAC (América Central e Caribe), com destaque para a República Dominicana, como pontos positivos, enquanto Argentina, pertencente ao LAS (América Latina do Sul), e Canadá foram destaques negativos.
Henrique Brustolin, Thiago Duarte e Bruno Lima, que assinam o relatório do BTG Pactual, destacam que o pagamento da participação na República Dominicana e a queima sazonal de capital de giro como motivos para o caixa líquido ter atingido R$ 10,1 bilhões (de R$ 12,8 bilhões).
Analistas enxergam Ambev em cenário competitivo
O resultado da empresa foi visto como razoável, com divulgações acima das esperadas para a Genial, principalmente em termos de Receita (2,3% acima da previsão da corretora).
“Enxergamos pouco potencial de crescimento na companhia, em especial com o acirramento da concorrência, e não temos visibilidade sobre eventuais melhorias operacionais no curto e médio prazo na Argentina e no Canadá”, afirma o analista.
A Genial, entretanto, enxerga a possibilidade de entrega de novas pequenas expansões de margens ao longo do ano, com trigo e milho em queda beneficiando as margens da empresa.
Mas a Argentina, com alta volatilidade na macroeconomia local, e Canadá, com uma indústria enfraquecida, permanecerão no radar dos analistas, principalmente por representarem em conjunto 30% do faturamento da Ambev.
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Entre outros eventos que permanecerão no radar, estão a taxa efetiva de imposto maior para a Ambev, sentindo os efeitos da aprovação da Reforma Tributária no final do segundo semestre de 2023 que limitará a capacidade de distribuição de JCP (Juros sob Capital Próprio).
A Genial finaliza com a visão de que “enxergamos ainda um baixo potencial de crescimento na companhia, devido, em parte, a um acirramento da concorrência, e vemos um upside baixo em relação ao preço atual de tela”.
O BTG também destaca o cenário competitivo, afirmando que as preocupações com relação a esse fator continuam, em meio a uma indústria de cerveja cada vez mais madura.
Mantendo a recomendação neutra, os analistas reiteram que as preocupações em termos de receitas (preços e concorrência) permanecem vivas, mas que não há motivo para mudança de recomendação.