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Ambev (ABEV3): A preocupação dos analistas que leva a corte no preço-alvo

29 maio 2023, 16:53 - atualizado em 29 maio 2023, 16:53
Ambev
Itaú BBA corta preço-alvo e margem Ebitda da Ambev (Imagem: Rafael Borges/Money Times)

O Itaú BBA reduziu o preço-alvo da Ambev (ABEV3) de R$ 18 para R$ 17. O banco manteve a recomendação de market perform para a ação — ou seja, ABEV3 deve ter desempenho em linha com a média do mercado.

O analista Gustavo Troiano tem visão cautelosa sobre o investimento em Ambev no curto prazo. “Esperamos que as discussões em andamento sobre questões não operacionais compensem o momento operacional positivo”, diz.

A equipe do banco afirma que a atualização das ações incorpora os números do primeiro trimestre de 2023 e as premissas macroeconômicas. Além disso, o banco tem perspectivas positivas para a operação da empresa, após a queda nos preços das commodities.

O BBA também cortou as projeções de margem Ebitda da Ambev em 30 pontos percentuais (p.p.) para 2023 e em 90 p.p. para 2024.

De acordo com Troiano, a boa rentabilidade da operação no Brasil deve ser compensada pelo maior custo dos produtos vendidos (CPV) por hectolitro na América Latina. Os menores hedges (proteções) no segundo semestre do ano devem prejudicar as margens na região no final de 2023 e em 2024, explica.

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O que há de bom para Ambev?

O analista do Itaú BBA prevê uma tendência de queda sequencial no custo dos produtos vendidos (CPV) por hectolitro no Brasil ao longo de 2023. O CPV da Ambev deve atingir o ponto médio da projeção de inflação.

Os preços mais altos no país devem ajudar a sustentar o crescimento da receita da empresa, apesar dos volumes estáveis em relação ao ano anterior, ressalta Troiano.

Para 2024, o rastreador de custos do BBA indica uma deflação de 6% no segmento de cerveja no Brasil.

O que preocupa?

Apesar do bom momento operacional, o Itaú BBA observa retrocesso na tese de investimentos da Ambev.

De acordo com Troiano, os riscos estão atrelados ao impacto da hiperinflação na Argentina, e aos passivos “significativos” fora do balanço.

Além disso, a possível exclusão de incentivo fiscal da Ambev poderia ter um impacto de R$ 2,2/ação no preço-alvo das ações, de acordo com o analista.