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Amazônia responde por mais de 2/3 das queimadas do Brasil no 1º semestre de 2023, aponta MapBiomas

26 jul 2023, 9:28 - atualizado em 26 jul 2023, 9:28
Incêndio na floresta amazônica, no Estado do Amazonas Amazonia queimadas
As áreas de pastagem responderam por 8,5% das queimadas do país no período; Cerrado representa 639 mil hectares queimados (Imagem: REUTERS/Bruno Kelly)

Entre janeiro e junho de 2023, as áreas com queimadas totalizaram 2,15 milhões de hectares no Brasil, queda de 1% na comparação com o primeiro semestre de 2022. Os dados são do MapBiomas.

Na Amazônia, no entanto, houve um aumento expressivo de 14% na comparação com o último ano. Assim, foram totalizadas 1,45 milhão de hectares queimados nos primeiros seis meses do ano, 68% de toda área queimada no Brasil para o período.

Em segundo lugar vem o Cerrado, com 639 mil hectares, ou 30% do total – um aumento de 2% em comparação com o mesmo período de 2022.

Dessa forma, a maior parte da área queimada – 84% – foi em vegetação nativa, com a maioria acontecendo formações campestres. Dentre os tipos de uso agropecuário, as pastagens se destacaram, representando 8,5% da área queimada.

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Queimadas por estado

Quase metade da área queimada nos primeiros seis meses de 2023 em todo o país está concentrada em um único estado da Amazônia: Roraima.

Foram 1 milhão de hectares entre janeiro e junho, ou 49% do total. Na sequência, vêm Mato Grosso e Tocantins, com 258 mil hectares e 254 mil hectares, respectivamente.

Juntos, esses três estados respondem por 82% da área queimada total no período. Os municípios de Normandia (RR), Pacaraima (RR), e Boa Vista (RR) foram os que tiveram maior área queimada, todos em Roraima.

No caso do Cerrado, cerca de 75% da área queimada nos seis primeiros meses de 2023 ocorreram em vegetação nativa (principalmente formação campestre e savânica) e 25% em áreas antrópicas (principalmente agricultura).

“A área queimada no primeiro semestre de 2023 no Cerrado está dentro da média dos últimos anos, com destaque para ações de queimas prescritas que são realizadas durante esse período como parte da estratégia de prevenção de incêndios florestais do MIF (Manejo Integrado do Fogo)”, explica a coordenadora operacional do MapBiomas Fogo e pesquisadora do IPAM, Vera Arruda.

“Porém, a área queimada no mês de junho foi maior do que nos meses anteriores – isso porque o período de seca no bioma está só começando. A situação pode se agravar ainda mais com a chegada do fenômeno do El Niño”.

Outros biomas

Na Mata Atlântica e Pantanal, a área queimada entre janeiro e junho de 2023 foi a menor nos últimos cinco anos: 10.220 hectares e 13 mil hectares, respectivamente.

Assim, no caso da Mata Atlântica, a maior parte foi concentrada em áreas antrópicas; no Pantanal, em formações campestres.

A Caatinga seguiu a tendência de queda, com a área queimada entre janeiro e junho inferior aos anos anteriores (818 hectares queimados).

No Pampa, foram queimados 7 mil hectares entre janeiro e junho de 2023, sendo 58% da área queimada em formações campestres.