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Amazon frustra com “mais do mesmo”; ações de rivais disparam

18 out 2017, 19:13 - atualizado em 05 nov 2017, 13:53

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A entrada da Amazon trouxe calafrios para as principais empresas brasileiras do varejo online que têm nos últimos anos avançado no segmento marketplace. Um exemplo desse impacto pode ser avaliado na bolsa nesta terça-feira (17).

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As ações do Magazine Luiza (MGLU3) teve queda de 7,94%, enquanto as da B2W (BTOW3) dona da Americanas.com – caiu 5,6%. Na semana, ambas tiveram baixas da ordem de 20%. Hoje, contudo, os papéis se recuperam fortemente, com altas de 8%, com o mercado avaliando a estreia como “tímida”.

Em um levantamento feito pelo BTG Pactual, os analistas identificaram que o ambiente de venda de eletrônicos da empresa possui em torno de 150 vendedores. O número é tímido perto dos números dos concorrentes – B2W tem mais de 6 mil e o Magazine Luiza mais de 250, segundo os dados do segundo trimestre.

Os analistas Fabio Monteiro e Luiz Guanais encontraram uma boa variedade de produtos, mas promoções agressivas em apenas 34 deles e com validade de apenas uma semana. Para alguns equipamentos eletrônicos, como TVs e câmeras, os parceiros estão oferecendo a venda em até 10 parcelas sem juros. Nenhum produto, exceto livros, é enviado sem a cobrança do frete.

“Até agora, nada para se ficar preocupado, em nossa visão”, explicam Monteiro e Guanais. Eles mantiveram conversas com parceiros da Amazon nos últimos dias e descobriram que o valor cobrado por ela é o mesmo dos outros: 10%. Até o final do mês, a expectativa é de que os vendedores cheguem a 200.

“O principal diferencial até agora é que a Amazon está fornecendo aos vendedores uma integração muito simples ferramenta e uma ferramenta de inteligência de negócios superior (principalmente relacionadas ao monitoramento de preços e de concorrentes)”, indica o BTG Pactual.

Longo prazo

Enquanto a Amazon ainda está tímida no mercado, o mesmo não se pode dizer quando o horizonte analisado é um pouco maior, como ressalta o Citi em uma análise enviada a clientes hoje. “No segundo trimestre de 2017, apenas dois anos após a sua entrada no México, a margem de contribuição do Mercado Livre, o maior competidor na região, se tornou negativa. Também, em experiências anteriores a Amazon foi capaz de se adaptar a diferentes realidades, com a Índia, um país com questões mais complexas que a do Brasil, um bom exemplo para isto”, avalia a analista Paola Mello.

Para ela, a B2W será a companhia mais afetada, por conta de suas margens mais apertadas. Já a Via Varejo (VVAR11), dona do Ponto Frio, tem a vantagem de ser a maior em eletrônicos no Brasil (duas vezes maior do que o Magazine Luiza), o que lhe confere maior poder de negociação, e produtos financeiros nas lojas físicas que ajudam aos clientes comprarem produtos, tendo em vista o baixo poder aquisitivo do brasileiro.

Fundador do Money Times | Editor
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.
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