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Amazon e Walmart sofrem pressão na Índia por prática predatória

27 jun 2021, 15:10 - atualizado em 27 jun 2021, 15:10
Amazon
Ministro do Comércio da Índia acusa gigantes de e-commerce dos EUA de descaradamente desrespeitaram as leis do país de várias maneiras (Imagem: YouTube/Amazon)

O ministro do Comércio da Índia, Piyush Goyal, aumentou a pressão sobre as gigantes norte-americanas do comércio eletrônico, como Amazon (AMZN) e Walmart (WMT), ao as acusarem de arrogância e de desrespeitar as leis com práticas predatórias de preços.

Goyal afirmou que as empresas usam sua escala e acesso a grandes fontes de capital de baixo custo para promoverem práticas predatórias de preços “em detrimento das lojas pequenas”.

“Várias dessas grandes empresas de e-commerce vieram para a Índia e descaradamente desrespeitaram as leis do país de várias maneiras”, disse o ministro em evento online. “Tive várias discussões com essas grandes empresas, especialmente com as norte-americanas, e eu consigo identificar um pouco de arrogância”, disse.

Goyal não citou diretamente Amazon.com ou o Walmart Flipkart – os dois grupos dominantes de comércio eletrônico na Índia – ou especificou quais leis foram desrespeitadas. Mas seus comentários chegam em um momento no qual há um clamor crescente de comerciantes e varejistas pequenos da Índia, que acusam gigantes dos EUA de contornar as leis indianas de proteção ao consumidor e de concorrência.

A Amazon e o Flipkart não responderam imediatamente aos pedidos por comentários sobre as críticas de Goyal. As duas empresas negaram as alegações contra elas feitas pelos comerciantes.

Goyal também criticou as empresas por promoverem “fórum de compras”, prática em que o demandante busca jurisdições mais favoráveis, e por não terem colaborado com uma investigação lançada pela Comissão de Concorrência da Índia (CCI, sigla em inglês).

Flipkart e Amazon apelaram contra a tentativa da Comissão de reiniciar uma investigações sobre as suas práticas de negócios, após um juiz rejeitar os pedidos originais das empresas este mês.

“Para mim, se eles não têm nada a esconder, se as suas práticas de negócios são honestas, por que não responderam à Comissão?”, disse Goyal, no evento organizado pelo Clube de Economia e Política da Índia de Stanford.

Os comentários foram feitos dias depois de a Índia divulgar um novo pacote de regulamentações ao comércio eletrônico que pode minar as ambições da Amazon e do Flipkart no país, além de forçar a dupla a revisar certas estruturas de negócios.

Separadamente, em uma carta ao primeiro-ministro, Narendra Nodi, no domingo, a Confederação de Todos os Comerciantes da Índia, acusou as empresas de tratarem o país como uma “república de bananas” com leis fracas.

A entidade pediu que o governo garanta que as regras propostas ao comércio eletrônico não sejam diluídas, apesar do lobby das gigantes do setor.

O Conselho de Negócios EUA-Índia, um importante grupo de lobby, descreveu as novas leis de comércio eletrônico propostas pela Índia como preocupantes em um documento interno nesta semana.