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Amaggi negocia compra dos ativos da El Tejar no Brasil

18 fev 2020, 20:42 - atualizado em 09 mar 2021, 11:59
O negócio prevê a compra pela Amaggi de todos os ativos da El Tejar no Brasil, incluindo cerca de 70.000 hectares de terras agrícolas e usinas de algodão (Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes)

A Amaggi, um dos maiores grupos produtores agrícolas do Brasil, está em negociações avançadas para comprar a O Telhar, a unidade brasileira do grupo agrícola argentino El Tejar, disseram pessoas com conhecimento direto do assunto.

O negócio prevê a compra pela Amaggi de todos os ativos da El Tejar no Brasil, incluindo cerca de 70.000 hectares de terras agrícolas, usinas de algodão, armazéns e maquinários, segundo disse uma pessoa pedindo para não ser identificada pois as negociações são privadas.

Amaggi não quis comentar e representantes da El Tejar no Brasil não deram retorno aos pedidos de comentário.

Com os ativos da El Tejar no Brasil, a Amaggi, que atualmente produz grãos e algodão em 280.000 hectares, aumentará sua área plantada para 350.000 hectares, maior que Rhode Island.

O grupo, que pertence à família do ex-ministro da Agricultura Blairo Maggi, também deve reforçar sua posição como produtor de algodão com a conclusão do negócio.

Fundado na Argentina, o El Tejar é controlado pelos fundos Capital International, dos EUA, e Altima Partners, da Inglaterra. O grupo deixou a Argentina em 2013 em meio a turbulências políticas e passou a focar suas operações no Brasil.

No início dos anos de 2010, El Tejar estava classificado entre os maiores produtores de soja do Brasil, mas encolheu desde então, quando o governo passou a restringir a compra de terras por estrangeiros, colocando um obstáculo adicional às dificuldades operacionais que a empresa já enfrentava no país.

A Amaggi produz mais de 1,1 milhão de toneladas de grãos e fibras por ano e origina cerca de 10 milhões de grãos anualmente, de acordo com o site da empresa.

O grupo exportou 4 milhões de toneladas de soja, farelo e milho no ano passado, segundo dados da agência Cargonave. Também possui duas plantas de esmagamento de oleaginosas no Brasil e opera um corredor logístico de exportação no norte do país.

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