Coluna do Einar Rivero

Aluguel de ações: Como lucrar com a estratégia que vem crescendo na preferência dos investidores

14 fev 2024, 7:45 - atualizado em 13 fev 2024, 15:27
aluguel de ações
Veja quais são os prós e contras em apostar no aluguel de ações e como ganhar dinheiro com essa estratégia.  (Imagem: Getty Images Signature/Canva)

No complexo universo dos investimentos, uma estratégia que tem ganhado destaque é o aluguel de ações, muitas vezes associado a operações de curto prazo e especulação.

No entanto, há uma perspectiva pouco explorada: o potencial do aluguel para investidores com visão de longo prazo. Sim, essa é uma maneira de aproveitar ainda mais as ações, além de esperar pela valorização do mercado.

Uma das maiores vantagens do aluguel de ações para investidores de longo prazo é a capacidade de gerar renda adicional. Ao receber as taxas de aluguel, esse investidor adiciona um fluxo constante de renda à sua estratégia de investimento, o que pode ser especialmente valioso em momentos de menor volatilidade ou quando os retornos do mercado estão temporariamente estagnados.

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Aluguel de ações ajuda a se proteger de quedas

Além disso, o aluguel de ações, realizado na Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia da B3, ajuda a ampliar a liquidez dos papéis negociados e mitigar riscos. O doador se protege contra possíveis quedas no valor dos ativos, continuando a receber renda adicional.

Essa estratégia pode suavizar as flutuações de curto prazo em sua carteira, o que permite manter o foco no horizonte de longo prazo. Quanto ao tomador, pode lucrar com a queda de preços, ou aproveitar discrepâncias de valor entre ativos, e, ainda, utilizar o movimento para proteger posições.

O recente movimento de operações de aluguel de ações indica que há um interesse crescente nessa operação. Pouco mais de um quarto das ações que compõem o Ibovespa (IBOV) atingiram o pico de volume financeiro de aluguel nos últimos dias de 2023 ou em janeiro.

Em números absolutos, são 23, para um universo de 86 ações. As ações com maior estoque de aluguel são de empresas de vários setores. Há quatro ações do setor de energia, três de exploração de rodovias e duas do setor bancário.

Uma dessas ações, por exemplo, é do Bradesco, um dos maiores bancos privados do país. A Bradesco PN (BBDC4) registrou R$ 2,45 bilhões de contratos em aberto em janeiro, como mostra a tabela abaixo. O levantamento detalha as ações que atingiram seus picos de 12 meses, destacando valores mínimos e máximos.

Os riscos do aluguel de ações

Essa análise granular fornece insights sobre a rentabilidade e a dinâmica da estratégia do aluguel de ações. No entanto, é crucial entender que o aluguel não está isento de riscos nas duas pontas da operação.

Da perspectiva do proprietário, pode haver inadimplência ou devolução das ações além do prazo acordado, o resultaria em perdas. Do ponto de vista de quem aluga, há que se atentar aos custos associados, incluindo taxas de aluguel.

A operação exige do investidor um espírito de enxadrista. Posicionar-se esperando pela valorização de um ativo e a desvalorização de outro, a fim de lucrar com a diferença de preço entre ambos, exige uma seleção astuta de papéis, vigilância constante das condições de mercado e apetite para emoções fortes.

Dinâmico e cheio de oportunidades como é, o mercado financeiro brasileiro convida os investidores a explorarem todas as nuances do aluguel de ações.