Aluguel cai 0,28% em outubro; perda real em 12 meses é de 3,38%, diz FipeZap
Por Ângelo Pavini, da Arena do Pavini
O Índice FipeZap de Locação, que acompanha o preço de aluguel novo de imóveis em 15 cidades brasileiras, registrou queda de 0,28% entre setembro e outubro de 2017. A retração representa uma perda real expressiva dos locadores, face à inflação de 0,42% no período medida pelo IPCA do IBGE, e mostra um momento bom para quem quer alugar negociar descontos. No ano, a queda dos aluguéis novos acumulada até outubro é de 0,64%. Os dados se referem a contratos novos anunciados na plataforma ZapImóveis, já que os aluguéis antigos são renovados com base em índices de preços, em geral o IGP-M.
Entre as cidades que acompanharam o recuo mensal no preço médio de locação, a variação foi mais intensa em Niterói (-1,12%), Rio de Janeiro (-1,06%) e Florianópolis (-0,45%). No Rio e em Niterói, a explicação é a forte crise financeira por que passa o governo do Estado, o que afeta os funcionários públicos e empresas ligadas direta e indiretamente ao poder público.
Já entre as cidades que registraram aumento de preço no último mês, destacaram-se Goiânia (+1,22%), Curitiba (+0,97%) e Recife (+0,43%).
Aluguel tem queda real de 3,38%
Comparado à inflação acumulada no ano, estimada em 2,21%, a queda real média do aluguel novo chegaria a 2,79%. Já considerando os últimos 12 meses, o índice acumula queda de 0,77% no preço médio do aluguel, em termos nominais, ou 3,38% reais se descontada a inflação de 2,70% do IPCA do período.
A queda dos aluguéis em 12 meses é influenciada pela retração expressiva dos preços em cidades como Rio de Janeiro (-8,59%) e Campinas (-4,30%). Já entre as regiões que registraram aumento de preço nos últimos 12 meses, destacam-se Recife (+3,82%), Distrito Federal (+3,26%) e São Bernardo do Campo (+3,15%).
Em outubro de 2017, o valor médio do aluguel de imóveis nas cidades monitoradas foi de R$ 28,26 por metro quadrado (m²). São Paulo desponta como a cidade com o maior valor médio por m2 do país (R$ 35,60), seguida por Rio de Janeiro (R$ 32,14) e Distrito Federal (R$ 29,68). Já entre as cidades com o valor do aluguel mais barato por m2 no mês de análise, destacam-se Goiânia (R$ 15,03), Fortaleza (R$ 16,22) e Curitiba (R$ 16,80).
Retorno de 4,3% ao ano
Comparando-se o preço médio de locação com o preço médio de venda dos imóveis, é possível obter uma medida da rentabilidade para o investidor que opta por alugar seu imóvel. Esse indicador é relevante, em particular, para avaliar a atratividade do mercado imobiliário em relação a outras opções de investimento disponíveis. Com base em dados de outubro de 2017, o retorno médio anualizado do aluguel manteve-se em 4,3%.
Em SP, aluguel sobe 0,7% em 12 meses, diz Secovi
A Pesquisa de Valores de Locação Residencial do Secovi-SP (Sindicato da Habitação) registrou alta de 0,7% no período de 12 meses encerrados em outubro, variação menor do que o 1,3% verificado no período imediatamente anterior encerrado em setembro. A variação acumulada de 0,7% dos últimos 12 meses ficou acima do IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) verificada no mesmo período pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), que foi de -1,4%.
Para Rolando Mifano, vice-presidente de Gestão Patrimonial e Locação do Secovi-SP, esse percentual demonstra uma melhora gradual do mercado de locação, percebida também nos dados acumulados.
As unidades de 3 dormitórios apresentaram variação mais expressiva nos valores de locação, com aumento de 0,50%. Já as residências de 2 dormitórios mantiveram estabilidade nos preços e as de 1 quarto tiveram ligeira alta de 0,15%.
Índice de Velocidade de Locação e Garantias Locatícias
O IVL (Índice de Velocidade de Locação), que avalia o número de dias de espera até que o contrato de aluguel seja assinado, indicou que o período de ocupação foi de 18 a 45 dias. Os imóveis alugados mais rapidamente foram as casas e os sobrados, com variação de tempo de 18 a 42 dias. Os apartamentos tiveram ritmo de escoamento mais lento: de 25 a 52 dias.
O fiador continua sendo a garantia mais utilizada pelos inquilinos, respondendo por 46% dos contratos firmados. O depósito de três meses de aluguel foi a segunda modalidade mais usada (37%) e o seguro-fiança foi a garantia utilizada em 17% dos contratos.