Altas seguidas no preço da gasolina vão pressionar a inflação; entenda
Nas últimas seis semanas, o preço da gasolina nos postos brasileiros subiu, de acordo com a pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP).
O preço médio do litro do combustível na semana passada foi de R$ 5,05. Trata-se de uma alta de 0,6%, quando comparado com a semana anterior. Ao todo, a gasolina já subiu 5,4%, ou R$ 0,26 por litro desde o início da onda de altas.
Para Antonio van Moorsel, diretor do Advisory e sócio da Acqua Vero Investimentos, essas altas consecutivas tentem a pressionar ainda mais a inflação, que voltou a subir no mês passado.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro interrompeu um período de deflação – puxado pelas desonerações fiscais promovidas pelo governo – ao avançar 0,59%.
“Em contraste às desonerações fiscais, cujo efeito deflacionário foi observado nas leituras de julho a setembro do IPCA, a sexta alta semanal consecutiva no preço médio do litro da gasolina tende a contratar mais pressão inflacionária. Portanto, representa um vetor altista no balanço de risco da inflação prospectiva, em função da transmissão ao longo da cadeia”, afirma.
Por que a gasolina está subindo?
O preço do barril de petróleo já assombrou bastante os postos de gasolina brasileiros. Mas, desta vez, a alta no combustível não é culpa do mercado internacional.
Nesta semana, os preços do petróleo caíam para o nível mais baixo desde o início do ano, com Arábia Saudita e outros integrantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) discutindo um aumento na produção.
A culpa, na verdade, é do etanol. A gasolina vendida no Brasil não é 100% pura, mas uma mistura de gasolina com 27% de etanol anidro, que o preço subiu 16,1% desde setembro.
Com isso, o litro do etanol anidro passou de R$ 2,83 em 11 de setembro para R$ 3,29 em 11 de novembro. Nos postos, o etanol hidratado também tem sentido a pressão, passando de R$ 3,37 em setembro para R$ 3,79 na semana passada, alta de 12,5%, segundo dados da ANP.
“Ademais, aumentos pontuais no preço da gasolina realizados por refinarias privadas, importadores e varejistas também contribuíram para a alta recente do preço médio da gasolina”, aponta Antonio.
Siga o Money Times no Facebook!
Conecte-se com jornalistas e leitores do Money Times. Nosso time traz as discussões mais importantes do dia e você participa das conversas sobre as notícias e análises de tudo o que acontece no Brasil e no mundo. Clique aqui e comece a seguir a página do Money Times no Facebook!