Altas nos juros trazem riscos com dívida global em US$ 226 tri, diz FMI
A dívida global subiu para 226 trilhões de dólares no ano passado, o maior salto em um ano desde a Segunda Guerra Mundial, e estará em risco se as taxas de juros globais aumentarem mais rápido do que o esperado e o crescimento for instável, disse o Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta quarta-feira.
No blog da instituição, autoridades do FMI disseram que a pandemia de Covid-19 fez com que a dívida atingisse 256% do PIB global em 2020, um aumento de 28 pontos percentuais.
Empréstimos do governo foram responsáveis por pouco mais da metade da elevação de 28 trilhões de dólares, mas a dívida privada entre empresas não financeiras e famílias também atingiu novas máximas.
Economias avançadas e a China foram responsáveis por 90% do aumento da dívida, possibilitado pelas baixas taxas de juros.
A dívida avançou menos em outros países em desenvolvimento, que foram prejudicados por custos de empréstimos geralmente mais altos e acesso limitado a financiamento, disse o FMI.
O Diretor de Assuntos Fiscais do FMI, Vitor Gaspar, e outras autoridades disseram que taxas de juros mais altas diminuirão o impacto da elevação dos gastos fiscais e farão com que as preocupações com a sustentabilidade da dívida se intensifiquem.
“Os riscos serão aumentados se as taxas de juros globais subirem mais rápido do que o esperado e o crescimento vacilar”, escreveram as autoridades.
“Um aperto significativo das condições financeiras aumentaria a pressão sobre os governos, famílias e empresas mais endividados. Se os setores público e privado forem forçados a se desalavancar simultaneamente, as perspectivas de crescimento serão prejudicadas.”