Economia

Alta nos preços dos combustíveis causa ‘destruição da demanda’, diz trader de óleo e gás

07 jul 2022, 17:02 - atualizado em 07 jul 2022, 17:02
Petróleo
(Imagem: REUTERS/Regis Duvignau)

Para a Vitol, uma das principais traders de gás e óleo do mundo, enxerga que a alta nos preços dos combustíveis causa uma “destruição da demanda”.

“Há evidências muito claras de estresse econômico causado pelos altos preços”, disse o chefe da Vitol na Ásia e outros produtos petrolíferos, Mike Muller, em entrevista a um podcast. “Um preço fixo alto continuará reduzindo a demanda e fará com que as premissas de crescimento da demanda sejam menores”, continuou.

O grande problema é a guerra na Ucrânia. O conflito interrompeu a oferta do petróleo russo e elevou o preço da commodity em 45%, para US$ 110 o barril. O  crack spread – diferença entre o preço do petróleo e os produtos derivados – que as refinarias obtêm ao transformar o petróleo tipo WTI em gasolina e diesel atingiu US$ 50 o barril. Esse valor é três vezes maior que a média do século. “As margens de refino estão em níveis que ninguém teria previsto”, disse Muller. “O consenso lá fora é de que eles não podem ir ainda mais alto do que isso.”

Nos Estados Unidos, os preços do combustível refinado atingiram recordes e também dispararam na maioria dos países – aqui no Brasil, a Petrobras chegou a reajustar o valor do litro da gasolina e do diesel que são vendidos para as distribuidoras.

No final, quem sente é o consumidor. A alta impacta diretamente o preço nos postos de gasolina, mas também afetam a inflação geral uma vez que combustível é contabilizado nos transportes e custos de outros produtos.

Para Muller, a única chance, por enquanto, de os preços dos combustíveis se estabilizarem é se a demanda na China continuar se recuperando conforme o governo diminua as restrições sanitárias. “Mais cotas de exportação chinesas seriam bem-vindas pelo mercado e fariam algo para normalizar essas margens”, disse.

Colaboração Tamires Vitorio

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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