Alta no preço dos ovos tem relação com a quaresma e deve seguir até o fim da páscoa, diz ABPA
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O preço dos ovos disparou neste início de ano e o cenário não deve mudar tão cedo. Especialistas apontam que a principal razão para a disparada é a baixa oferta de ovos no mercado interno e o aumento da demanda com o encarecimento das carnes. Além disso, o período do ano também tem influenciado as cotações.
De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a alta é uma situação sazonal, comum ao período pré e durante a quaresma. A associação destaca que a demanda aquecida é natural após o fim de ano, quando o orçamento das famílias fica mais reduzido e há há substituição de consumo de carnes vermelhas por proteínas brancas e ovos.
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Custos elevados e questão climática atrapalha recuperação
A ABPA ressalta que os custos de produção acumularam alta nos últimos oito meses, com elevação de 30% no preço do milho e de mais de 100% nos custos de insumos de embalagens.
Ao mesmo tempo, as temperaturas em níveis históricos têm impacto direto na produtividade das aves, com reflexos na oferta de produtos. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a nova onda de calor que atinge várias regiões do país preocupa o setor, devido aos possíveis impactos na produção, na qualidade e na durabilidade dos ovos.
Mesmo com estes fatores, a ABPA afirma que os produtores esperam uma normalização até o final do período da quaresma, com o restabelecimento dos patamares de consumo de outras proteínas, como a carne bovina.
Vale lembrar que embora em alta, as exportações de ovos têm efeito praticamente nulo sobre a oferta interna, diferente do que disse o presidente Lula nesta semana, já que representam menos de 1% das unidades que deverão ser produzidas em 2025.
Ainda sobre exportações, os Estados Unidos (EUA) ocupam a terceira posição no ranking dos maiores importadores dos ovos brasileiros, com crescimento recente devido ao surto de gripe aviária. No entanto, mesmo com maiores volumes vendidos para os EUA, as exportações não devem influenciar os valores praticados no Brasil.
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