Economia

Alta histórica do dólar não acabou por aí e Itaú enxerga possibilidade para mais; entenda

05 jun 2024, 14:35 - atualizado em 05 jun 2024, 14:35
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Expectativa é de que dólar encerre o ano em R$ 5,15, fazendo com que cortes de juros no Brasil também sejam adiados (Imagem: Pixabay/frycyk01)

Ontem, o dólar encerrou o dia com a cotação de R$ 5,28. Trata-se do seu maior valor desde 23 de março do ano passado, quando a moeda operava a R$ 5,29.

Para a equipe do Itaú, liderada pelo economista-chefe Mario Mesquita, há duas principais razões para a alta, enquanto há espaço para que o dólar encerre o ano em R$ 5,15, e não mais em R$ 5,00.

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A influência da moeda norte-americana para a economia brasileira também seria sentida na Selic terminal, com previsão de término para 10,25% ao ano.

“Para os países emergentes, o dólar mais forte deve contribuir para ciclos de cortes de juros mais contidos a frente”, afirmam.

Quais são os motivos para a alta do dólar?

Para o Itaú, as razões para o nível historicamente alto da moeda são:

  • A divergência de política monetária dos Estados Unidos (EUA) frente o restante do mundo, com uma postergação dos cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed) e aumento do diferencial de juros do país frente às outras economias, e;
  • o aumento do risco geopolítico em meio à guerra no oriente médio, o conflito na Europa e à tensão comercial entre China e EUA, que voltou a crescer.

O relatório do banco aponta que o momento atual é de maior dinamismo da economia norte-americana em relação aos seus pares, situação aliada a um desafio de desinflação, com tensões geopolíticas pairando no ar.

“Em períodos de maior crescimento e inflação mais pressionada nos EUA, a política monetária americana deve se manter mais restritiva na comparação com o restante do mundo, resultando em um dólar mais forte”, afirmam.

Enquanto isso, há a expectativa de quatro cortes de 25 pontos-base pelo Fed, enquanto um mercado de trabalho ainda aquecido e ritmo de inflação acelerado justificam que o Banco Central dos EUA comece a reduzir as taxas apenas em dezembro.

Também, foram levados em consideração os aumentos nos preços do ouro e do cobre, considerando que a cada 10% de aumento da razão entre os preços dos metais, o dólar sofre apreciação de 2%.

“O maior preço do ouro está associado a um dólar mais fraco, por ser visto como uma reserva de valor e como uma alternativa ao dólar e a ativos denominados nessa moeda, seja por motivos geopolíticos ou econômicos”, explica o relatório, reiterando também que a razão entre as commodities é uma boa métrica para capturar a percepção de risco geopolítico.

Estagiária
Jornalista em formação pela Universidade de São Paulo (ECA-USP). Apaixonada pela escrita e pelo audiovisual, ingressou no Money Times em 2023.
giovanna.pereira@moneytimes.com.br
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