Alta dos alimentos brutos de março confirmaram pressão sobre o IPCA
O grupo alimentos e bebidas acelerou a alta de preços em março, sobre fevereiro, carimbando, como se esperava, a manutenção do segundo lugar na elevação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 1,62%, a maior taxa para o mês desde 1994.
O percentual apurado pelo IBGE para o grupo, 2,42% (1,28% em fevereiro), está alinhado ao movimento inflacionário de algumas dos principais itens transformados para consumo final.
Pelo registro do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que compõe o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), algumas matérias-primas brutas avançaram muito no mês passado.
Dentro da subida de 2,80% do IPA, a soja, café e milho representaram a maior pressão, respectivamente 10,16%, 0,89% e 4,92%.
Os dois cereais praticamente triplicaram as altas sobre fevereiro.
Outros produtos alimentícios não captados pelo IPA também seguiram valorizados para o consumidor, como as carnes – exceção da leva queda da proteína de aves, como também apontou o IPA -, e hortaliças.
Também houve repique para os produtos finais a partir do trigo, pelas altas exponencias vindas com a invasão da Ucrânia.
Para abril, há alguma expectativa de preços menores para a soja, que mesmo seguindo em alta externamente, deverá ter um pouco mais de oferta com a safra totalmente concluída em março.
Em relação a carne bovina, os preços do boi estão em recuo, de modo que se não houver viés de alta pelas exportações poderá representar algum recuo no atacado.