Combustíveis

Alta do petróleo e do dólar, se persistir, ajustará mais a oferta do etanol

26 nov 2019, 15:11 - atualizado em 26 nov 2019, 16:05
Trajetória do petróleo de alta, com repique na gasolina, vai dar mais fôlego ao etanol

O governo não dá mostras de segurar o aumento do petróleo e o encarecimento das importações também via câmbio. E o etanol em recorde de produção, mas praticamente finalizada no Centro-Sul, e recorde de consumo, deve ir para a entressafra competitivo e sob estoques perigosamente consumidos até o próximo ciclo, que começa oficialmente em abril.

A expectativa é que se o clima ajudar, muitas unidades vão antecipar a moagem, especialmente aquelas que estão com estoques muitos baixos, pelas projeções de alguns analistas.

No último dia 19, a Petrobras (PETR4) autorizou o aumento de 2,8% nas refinarias, um mês e meio depois de outro reajuste, de 2,5%, no finalzinho de setembro. Assim, apesar do preço em alta na usina, o biocombustível segue mais competitivo.

O barril do petróleo Brent para entrega em fevereiro flerta com os US$ 63,00, depois que a Opep+ (países produtores associados mais Rússia) acenou com prorrogação de cortes na produção.

E o dólar continua na alta recorde da segunda (25), permanecendo acima dos R$ 4,27.

As variáveis são voláteis, mas a perdurar, não se descarta nova rodada de aumentos do combustível fóssil em dezembro. Mas um desenlace positivo na guerra comercial EUA-China,no sempre instável vai e vem das negociações, dará munição para o cru subir mais.

Em outubro, o volume comercializado de etanol hidratado bateu os 2,1 bilhões de litros, quase 4% acima de outubro/18, segundo a Unica, entidade das indústrias do Centro-Sul, depois de meses seguidos na faixa de 1,8 bilhão/litros mensais de consumo.

A safra foi bastante acelerada e mais etanol foi produzido este ano, contando, em 1º de novembro, com estoques de etanol hidratado de 7,35 bilhões de litros, de acordo com levantamento divulgado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Edaurdo Sia, analista e trader da Sucden Brasil, vê estoques, pouco acima do ano passado, nas mãos dos grandes players, que conseguirão não afrouxar os preços, de modo manobrando a balança de consumo junto com a gasolina. “Mas a continuar nesse ritmo, pode dar problema sim”, completa sobre o desbalanceamento de oferta e consumo.

Nos primeiros quinze dias de novembro, pelos dados da Única, a produção de etanol hidratado ficou em 872,8 milhões de litros e no acumulado do ano a geração do produto ficou em 21,48 milhões, quase 9% superior ao mesmo período da safra passada.

Compartilhar

TwitterWhatsAppLinkedinFacebookTelegram
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar