Economia

Alta do Ibovespa parece contraintuitiva, diz gestora de Gustavo Franco

29 ago 2024, 13:48 - atualizado em 29 ago 2024, 13:52
Ibovespa
Os economistas citam que o ambiente externo favorável também contribuiu com a volta da percepção de desaceleração controlada da economia americana e a retomada do investimento estrangeiro em ações no Brasil (Imagem: iStock.com/Leila Melhado)

A disparada do Ibovespa, que não cansa de renovar máximas, parece contraintuitiva, afirma carta de consenso de agosto da gestora do ex-BC Gustavo Franco, Rio Bravo, obtida com exclusividade pelo Money Times. Isso porque a expectativa do mercado é de alta da Selic na próxima reunião do Copom, que ocorrerá em setembro.

Porém, Evandro Buccini, sócio e diretor de gestão de crédito e multimercado da Rio Bravo, e José Alfaix, dizem que o resgate de credibilidade da política monetária permitiu queda das taxas de juros futuras de longo prazo, importante para a precificação de ativos de risco, como ações.

Além disso, os economistas citam que o ambiente externo favorável também contribuiu com a volta da percepção de desaceleração controlada da economia americana e a retomada do investimento estrangeiro em ações no Brasil.

Mesmo assim, nesta quinta-feira, o índice caía com força após dados do PIB americano mostrarem uma economia ainda aquecida.

Pouso suave?

Segundo a carta, o movimento das últimas semanas foi interessante, com cenário externo melhorando gradualmente, e a narrativa de “pouso suave” nos Estados Unidos, voltando a ganhar espaço com a divulgação dos dados de atividade econômica ainda mostrando robustez e alinhamento com as projeções.

Com isso, o dólar foi perdendo força gradualmente, saindo do patamar alarmante de R$ 5,7.

“Mesmo assim, a curva de juros do Brasil ainda mostrava abertura nos prazos mais curtos, e fechamento expressivo, traduzindo as expectativas de um novo ciclo de alta ainda em 2024. Logo ficou claro que a mudança repentina não derivava apenas do dólar”, coloca.

Selic: vem alta por aí?

Os economistas recordam que após a divulgação da ata, houve uma assimetria maior no balanço de riscos, com o câmbio persistentemente mais pressionado sendo um fator adicional, paralelamente aos outros fatores já familiares, o hiato do produto apertado, o aquecimento no mercado de trabalho, a persistência da inflação de serviços e a desaceleração da convergência em direção à meta.

“A ata, paralelamente ao cenário visivelmente mais desafiador, corroborou para a visão de que o BC estaria pavimentando o caminho para um possível novo ciclo de alta de juros. Entretanto, os membros do comitê ainda reforçam a ausência de um guidance e afirmam que agirão de acordo com a evolução dos dados”, dizem.

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse na quarta que a assimetria no balanço de riscos da autarquia não significa guidance para a Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

No entanto, na 25° Conferência anual do Santander, Campos Neto voltou a ressaltar que o Comitê prefere não dar orientação futura para a Selic, uma vez que não ainda tem uma decisão concreta para a reunião de setembro. “Achamos importante ter essa flexibilidade”, disse.

“Não ter guidance às vezes eleva um pouco a volatilidade, mas tem momentos que dar guidance tem valor negativo”, afirmou.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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