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Alta de quase 5% do Ibovespa é sustentável? Veja as chances de bater 120 mil pontos em 2023

11 abr 2023, 15:20 - atualizado em 11 abr 2023, 15:50
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Apesar de disparada do Ibovespa hoje, IPCA não veio para instaurar tendência otimista (Imagem: Bloomberg)

O Ibovespa (IBOV) vive um mar de rosas nesta terça-feira (11). Após um Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo dentro da meta de inflação, o principal índice acionário da B3 salta 4,53%, a 106.455 pontos. Entretanto, no cenário geral, nem tudo são flores.

Segundo o chefe de análise de ação da Órama, Phil Soares, trata-se apenas de um dia positivo. Segundo ele, o resultado da inflação não veio para instaurar uma nova tendência otimista no mercado.

Fernando Ferrer, analista da Empiricus Investimentos, ainda afirma que o IPCA divulgado hoje ficou dentro da meta por uma questão de janela temporal. A estimativa, segundo o relatório Focus de segunda-feira (10), é um IPCA de 5,98% ao final de 2023.

Embora o cenário para inflação esteja longe do ideal, o CIO da TAG Investimentos, Dan Kawa, avalia que “há uma luz no fim do túnel”. “Há indicações de que o pior da inflação tenha ficado para trás”, disse, pelo Twitter.

Segundo Kawa, será importante ver como o Banco Central irá reagir aos números do IPCA. “Juros mais baixos parecem ser o principal vetor para destravar valor dos ativos locais”, comenta o CIO, pela rede social.

Já o analista da Empiricus pontua que o mercado ainda está “bem volátil”. Além disso, Ferrer avalia que maior clareza sobre a valorização do Ibovespa ser sustentável virá quando melhora nos demais dados econômicos surgirem, em especial, sobre o crescimento econômico.

Para sustentar o otimismo do mercado, também ganham importância a aprovação do novo arcabouço fiscal e demais reformas a fim de endereçar a trajetória da dívida pública.

Ibovespa impressiona hoje, mas decepciona no ano

Desde o começo de 2023 até o fechamento de segunda (10), o Ibovespa acumula queda de 7%, com pontuação média de 106.629. A menor pontuação do índice no ano foi 96.997, enquanto a maior não ultrapassou os 120 mil pontos, a 114.835.

Soares, da Órama, explica que as baixas dos últimos meses foram puxadas pela perspectiva fiscal mais fraca e a consequente agressividade do Banco Central na manutenção dos juros.

“O direcionamento do governo federal não tem sido favorável à atividade econômica, nem à bolsa de valores”, afirma.

O chefe de análises explica que a alta de hoje é animadora, mas precisa de muitas outras notícias positivas, além do IPCA, para se manter e iniciar um ciclo de queda da taxa de juros.

Já analista da Benndorf, Niels Tahara, lembra que outros fatores, como o cenário político, as condições globais e os resultados corporativos, também influenciam nas projeções do índice. Segundo ele, ainda há um “grande risco fiscal no país”.

Projeções para 2023

A Benndorf vê o mercado de ações brasileiras “bastante descontado” no atual patamar.

“Vemos o Ibovespa negociando a cerca de 8,5x preço/lucro, ante uma média histórica de 12,5x, sem considerar Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4), o que é aproximadamente dois desvios-padrão na média”, explica.

Considerando um retorno para um desvio-padrão da média até o fim do ano, a casa diz que o índice poderia chegar aos 126 mil pontos. O patamar considera um potencial de valorização de mais de 20%, mas depende da concretização dos pontos listados acima.

Já para a Órama, a alta de hoje não muda a projeção para o Ibovespa.

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