Alta de ações brasileiras não tem apoio nas projeções de curto e médio prazo, diz Franklin Templeton
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A forte alta de algumas ações brasileiras nas últimas semanas não está amparada em fundamentos de curto ou médio prazo, avalia a gestora de recursos Franklin Templeton.
“Acreditamos que o movimento recente foi muito forte, dadas as incertezas ainda presentes no cenário econômico”, destaca Frederico Sampaio, chefe de investimentos no Brasil.
Em maio, o índice Ibovespa (IBOV) se valorizou 8,6% em reais. Em dólares, o índice MSCI Brazil (EWZ) subiu 10,2%, refletindo o recuo da cotação do dólar para R$ 5,34 (-1,82%).
“O desempenho de muitas ações não encontra sustentação nas perspectivas de seus resultados de curto e médio prazo. Pelo contrário. Vínhamos construindo um posicionamento gradual em empresas que considerávamos baratas em análises normalizadas e desconsiderando o múltiplo Preço/Lucro de curto prazo, mas o movimento do mercado acabou sendo mais forte e rápido do que o esperado”, diz Sampaio.
Ele lembra que as estimativas dos lucros das empresas listadas sofreram fortes revisões nos últimos três meses. “Partindo de uma estimativa de crescimento da ordem de 16% em 2020, migramos para uma estimativa de queda de -30,9%”, ressalta.