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Pancada da Selic: Bancos são porto seguro, mas não todas as ações; veja o que vale a pena

29 set 2024, 16:00 - atualizado em 27 set 2024, 22:00
Bancos
(Imagem: Divulgação / Montagem: Bruna Martins)

O Brasil caminha para um novo ciclo de alta da Selic, a taxa básica de juros. Algumas casas, como o BTG, já enxergam uma alta de 12,50%, aumento de 2 pontos percentuais. Diante desse cenário, o destaque vai para os bancos, disse a XP em relatório.

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A corretora realizou um roadshow em São Paulo para discutir as perspectivas do setor financeiro. Segundo a XP, os investidores parecem estar overweight (com exposição acima) no setor, que é visto como um porto seguro em meio ao aumento das taxas de juros e à diminuição das taxas de inadimplência.

Mas não são todos os bancos que animam. Para o Banco do Brasil (BBAS3), por exemplo, persistem dúvidas sobre o Banco Patagonia, a operação argentina. Ao mesmo tempo, nota um ligeiro aumento nas preocupações com inadimplência e seu impacto nas provisões.

“Por outro lado, os investidores ficaram surpresos com a capacidade do banco de manter um ROE muito saudável. Por fim, observamos que os investidores concordam que o múltiplo permanece descontado em relação aos pares, mas não veem gatilho para uma expansão de múltiplos”, coloca.

No caso do Bradesco (BBDC4), a XP diz que a tese foi a mais discutida em todas as reuniões, apesar de poucos investidores estarem posicionados após a forte alta recente.

“A estratégia de redução de custos e aceleração do crescimento, especialmente em NII (margem financeira), foi vista positivamente, embora a velocidade de melhoria permaneça incerta. Há uma expectativa de que o banco entregue resultados sólidos nos próximos trimestres”, coloca.

As discussões em torno do ROE do Bradesco indicam que, atualmente negociado a 1,0x P/BV (preço sobre valor patrimonial), o banco deve retornar a um ROE de 15-16% mais rapidamente, enquanto o mercado duvida de sua capacidade de atingir 17-18%.

“Após a recente alta, o mercado está questionando se o banco pode atingir esse nível de ROE mais alto para justificar outra rodada de valorização do preço das ações. O consenso é que, apesar dos desafios, o Bradesco continua sendo uma marca forte e com potencial”, diz.

O banco também tem várias agências para fechar, e muitos investidores simplificam sua visão sem reconhecer que o Bradesco tem uma estrutura diferenciada, incluindo uma seguradora significativa em suas operações.

Mas para a XP, a grande estrela continua sendo o Itaú (ITUB4).

“Vimos alguns investidores reduzirem sua exposição, motivados por um valuation que não é mais percebido como descontado. No entanto, permanece o consenso de que o banco continua sendo o mais eficiente do setor, e o dividend yield ainda é atrativo, com possibilidade de distribuição de capital excedente”.

Alguns investidores questionaram ainda o atual apetite reduzido por crédito, o que pode comprometer o crescimento daqui para frente. “Embora permaneçamos positivos sobre o caso, entendemos a redução da exposição dos investidores devido à geração de alfa potencialmente menor”, completa.

BTG, Inter e Nubank

As ações do BTG continuam muito populares entre os investidores em São Paulo. O sentimento é que a força dos segmentos de M&A e Renda Fixa (DCM) continuará a compensar a fraqueza em Ações (ECM). No geral, o valuation do banco continua sendo o principal impulsionador de suas ações.

Para o Inter (BIDI11), apesar do rali nos últimos 12 a 18 meses, os investidores continuam comparando seus múltiplos com os do Nu (NU) e, portanto, não veem o banco como caro.

“No entanto, a maioria concorda com nossa tese de que o banco tem lutado para acelerar a monetização de seus clientes. No geral, o posicionamento nas ações do banco permanece leve”, diz.

No roxinho, o nome ainda aparece em praticamente todas as interações. No entanto, o fraco desempenho em crédito consignado e investimentos (Easyinvest) está levantando questões sobre a execução. As dificuldades potenciais no México também estão se tornando mais evidentes.

“Com isso, há um consenso crescente em relação à provável desaceleração do crescimento da carteira de crédito no Brasil. Além disso, o mercado segue atento e preocupado com a qualidade da carteira de crédito do banco. No entanto, ainda vemos alguns investidores posicionados nas ações devido ao fluxo contínuo de compradores”, dizem.

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