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Alpargatas (ALPA4) despenca 18% após números do 4T22; o que fazer com a ação?

10 fev 2023, 18:35 - atualizado em 10 fev 2023, 18:35
Alpargatas
Alpargatas teve prejuízo de R$ 21 milhões no quarto trimestre de 2022 (Imagem: Facebook/Havaianas)

Alpargatas (ALPA4) despencou no Ibovespa (IBOV) nesta sexta-feira (10). A ação fechou em queda de 18,68%, a R$ 9,58.

O movimento acontece após a empresa reportar prejuízo de R$ 21 milhões no quarto trimestre de 2022 (4T22).

Para a XP Investimentos, a fabricante de calçados apresentou um 4T22 fraco. A corretora destaca que o trimestre veio abaixo das estimativas, que já eram conservadoras.

Danniela Eiger e equipe comentam, em relatório, que o trimestre veio afetado por uma dinâmica de receita pressionada pelo cenário macroeconômico mais desafiador no Brasil.

O time de análise também pontua ajustes operacionais no lado internacional e despesas com reestruturação atingindo o valor de R$ 49,3 milhões.

Além disso, a XP evidencia a baixa de estoques no Brasil, EUA e China, o que levou a uma pressão de rentabilidade na margem bruta. Segundo a XP, a margem foi pressionada em 2,2 pontos percentuais.

Destaques do balanço

Para a XP, o preço e o mix no Brasil continuaram sendo o destaque dos resultados, mostrando alta de 17% na base anual. A corretora avalia que este pilar compensou a dinâmica de volume fraca no mercado doméstico, de -12% ante igual período de 2021.

A XP diz que o recuo na dinâmica de volume foi motivada pela performance do varejo alimentar. A perspectiva vai em linha com o Bradesco BBI, que diz que este fato corrobora a sua tese de um mercado interno saturado, levando a um crescimento limitado de volumes.

Os volumes internacionais cresceram 7%, com a operação de APAC e EMEA (Europa, Oriente Médio e África) compensando a fraqueza dos EUA e da China, avalia a XP.

Segundo a Terra Investimentos, a expansão no exterior é vista como um importante catalisador para a tese de investimento de longo prazo. Porém, a corretora adota uma postura de cautela com a Alpargatas.

“Vemos com cautela o investimento na Alpargatas, pelos números fracos no volume de vendas, principalmente internacional, colocando em dúvida a execução da estratégia da companhia, que tem como foco a expansão internacional”, comentam os analistas Régis Chinchila e Luis Novaes.

Na perspectiva da Terra, margens menores também demonstram uma lucratividade menor, no mesmo momento em que o negócio está perdendo tamanho.

Quando o mercado verá efeitos positivos?

De acordo com a XP, embora a Alpargatas tenha divulgado algumas iniciativas para enfrentar os desafios operacionais e macroeconômicos, os efeitos positivos mais materiais devem ser vistos somente a partir do segundo trimestre de 2023.

Já o BBI prevê um futuro onde o cenário competitivo nos EUA e em outros mercados internacionais será um desafio à companhia.

A perspectiva de ambas as casas para ALPA4 é “neutra“.