Alô, governo? Carros populares ficaram 200% mais caros em 10 anos enquanto motoristas aguardam medidas de barateamento
Se você está procurando por um carro novo, sem gastar muito, deve estar tendo dificuldade nessa missão. Um levantamento realizado pela Kelley Blue Book (KBB) e divulgado pela CNN, indica que os carros populares encareceram mais de 200% em 10 anos.
Entre os modelos que mais subir foi o clássido Volkswagen Gol. Em 2013, um golzinho zero quilômetro era vendido por R$ 20.600; agora, o modelo custa R$ 68,500. Trata-se de uma alta de 235,5%.
Para fazer o comparativo, o estudo levou em conta os preços das versões de entrada ano/modelo, verificados a partir de março de 2013. Vale destacar que os modelos Chevrolet Celta, Ford Ka e Fiesta saíram de linha e não possuem sucessores. Ainda assim estão no levantamento, sendo comparados aos modelos mais novos de cada um deles.
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Confira o levantamento
- Chevrolet Celta 1.0
Em 2013, o modelo zero quilômetros custava R$ 21.500. Já em 2023, custa R$ 3.190. O modelo deixou de ser fabricado em 2016, mas ainda faz parte do mercado de semi-novos.
- Chevrolet Onix 1.0
Em 2013, o veículo custava R$ 28.900. Em 2023, é vendido por R$ 78.185.
- Ford Fiesta
O modelo deixou de ser fabricado em 2019, mas também é comercializado no mercado de semi-novos.
- Ford Ka
O veículo saiu de linha em 2021. Em 2013, ele custava R$ 20.600 e em 2023 custa R$ 49.307.
- Volkswagen Gol
O modelo é um dos que ficaram mais caros. Ele saiu de linha neste ano. No ano de 2013, era vendido por R$ 20.600. Já em 2023, por R$ 68.500.
A volta dos carros populares
O plano de produzir e vender carros populares com preço médio de R$ 50 mil não é consenso entre as fabricantes de veículos que operam no Brasil. Ao menos, isso é o que indicam as declarações recentes feitas por executivos da Volkswagen e da Stellantis, dona das marcas Fiat, Peugeot, Jepp, entre outras.
No fim de março, o jornal Folha de S. Paulo revelou que o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) estuda incentivar a produção de carros movidos somente a etanol, com motores 1.0.
O movimento em prol do retorno de carros populares é encabeçada pelo CEO da Stellantis, Antonio Filosa, que conta com o apoio da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
Filosa argumenta, entre outros pontos, a necessidade do governo e das montadoras de definir o que é um carro popular. O executivo já chegou a citar o Citroen Ami, carro elétrico urbano europeu, como um exemplo para o carro popular brasileiro.
“Especificar como modelos com propulsão 1.0 já não faz mais sentido, porque esses motores ganham recursos como injeção direta de combustível e turbocompressores, e deixam de ser opção de baixo custo”, disse Filosa, em entrevista ao Automotive Now.
*Com Zeca Ferreira