Alliar: resultados do 2º trimestre renovam preocupações dos analistas
Os resultados do segundo trimestre de 2020 da Alliar (AALR3) não bateram as estimativas do Safra, embora alguns pontos tenham surpreendido positivamente os analistas.
Segundo o banco, as receitas estão se recuperando rapidamente. Após a queda acentuada vista em março, os números voltaram a crescer, chegando à estabilização no meio de agosto.
O Safra também mencionou que refinanciar a dívida no curto prazo parece muito mais fácil para a Alliar agora, o que reduz a preocupação sobre o assunto.
“Sobre a iDR (Inteligência Diagnóstica Remota), se a Alliar conseguir acelerar sua expansão, ela pode se tornar um driver importante para a ação”, acrescentaram os analistas Ricardo Boiati e Rafael Une.
Mesmo com as melhorias qualitativas, uma preocupação da tese continua sendo a liquidez, apesar da geração de caixa de R$ 34 milhões no trimestre.
“A posição de liquidez da Alliar ainda é desconfortável, com R$ 548 milhões em dívida vencendo nos próximos 12 meses versus R$ 325 milhões em caixa”, destacaram Boiati e Une.
A dúvida falou mais alto e o Safra decidiu manter a recomendação de market perform (desempenho esperado em linha com a média do mercado) para a ação, com preço-alvo de R$ 12,20 ao fim do ano.
Visão negativa
Para o BTG Pactual (BPAC11), o balanço da Alliar não deu motivo para comemoração. A receita líquida de R$ 140 milhões até superou as estimativas, mas o prejuízo líquido de R$ 84,6 milhões e o Ebitda ajustado negativo de R$ 26,5 milhões demonstraram a fraqueza das operações da companhia.
Samuel Alves e Yan Cesquim, autores do relatório divulgado pelo banco nesta quinta-feira (21), chamaram atenção para a deterioração acentuada das frequências, que levou a um recuo anual de 76% das receitas brutas entre março e abril.
A situação foi controlada com a retomada das atividades, mas as incertezas ainda são altas.
“Depois de uma forte redução do SSS (Vendas nas Mesmas Lojas) no segundo trimestre (-49%), uma recuperação gradual é esperada, mas achamos que a alavancagem operacional continuará abaixo dos níveis normalizados por um tempo”, comentaram os analistas.
A recomendação neutra foi, portanto, reiterada, junto com o preço-alvo para os próximos 12 meses de R$ 9.