Alimentos e energia elétrica pressionam inflação dos mais pobres, aponta Ipea
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o Ipea, divulgou, nesta segunda-feira, os números da inflação por faixa de renda.
O mês passado registrou uma variação de 0,49% no IPCA para os mais pobres e de 0,42% para as famílias de renda mais alta.
No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação das famílias mais ricas é mais alta, mas a diferença caiu se comparado ao início do ano.
É considerada uma família com renda muito baixa as de renda domiciliar menor de 900 reais ao mês, e as mais ricas são as que têm renda domiciliar mensal de mais de 9 mil reais.
A alta da alimentação, de 0,9%, e da energia, de 0,12%, pressionou a inflação das famílias mais pobres, como explicou Maria Andreia Lameiras, técnica do Ipea.
A pesquisadora ressaltou que foi a alta na gasolina, de 2,2% em outubro, o que mais pressionou a inflação dos mais ricos.
No longo prazo, em um recorte de 11 anos, de 2006 a 2017, o Ipea registra uma inflação de 102% para os mais pobres contra 86% das famílias mais ricas.
Para a pesquisadora do Ipea, a diferença de 16 pontos percentuais entre mais ricos e mais pobres se deve basicamente ao impacto de mudanças climáticas na produção dos alimentos.
A pesquisadora do Ipea, Maria Andreia Lameiras, ressalta ainda que a expetativa para os próximos meses é de uma redução na inflação dos alimentos, o que deve aliviar a alta dos preços para as famílias mais pobres.