Alimentos brutos, como o milho, garantem alta da prévia de inflação do mês; vem mais
Descontada a participação do item Educação no Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de fevereiro, com 5,64%, o segmento Alimentação (e Bebidas) tinha a aceleração já projetada em janeiro e não há sinais de desaceleração para este mês.
Entrou com 1,20% (sobre 0,97% de janeiro) no IPCA-15 de 0,99%, a prévia de inflação do mês pesquisada pelo IBGE, tendo como base a alta do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) do mês anterior, que baseia os preços ao produtor, de 2,01% contra 1,15% de dezembro, além do captado pelo IGP-10 também de fevereiro.
Ou seja, aquilo que é comprado pelas indústrias transformarem, geralmente nas semanas seguintes.
No levantamento da Fundação Getúlio Vargas, o IGP-DI foi puxado pelas matérias-primas alimentícias, descontando-se o peso do minério e dos combustíveis, também elevados.
E não há sinais de desaceleração para fevereiro e março, já que o IPG-10 de fevereiro subiu 1,98% em fevereiro, inclusive também captando a alta das commodities brutas.
A soja, por exemplo, saiu de 0,89% para 5,55%; o milho, de levemente negativo, em 0,02%, disparou para 8,40%.
Os preços internacionais se elevaram com a quebra de safras da América do Sul, bem como os valores praticados internamente ficaram ainda mais altos para as indústrias processarem.
Embora o IP-DI não capte tudo, o trigo também vem com mais força, diante da menor oferta mundial, tensões na Ucrânia, com o mercado interno mais valorizado para o cereal da última safra.
Por mais estranho que possa parecer, dado que os preços não caíram para o consumidor, a participação de bovinos e café foi menor na comparação sobre o último mês de dezembro, porém em fevereiro já há maior inflexão na ponta dos fornecedores.
Tanto que, no geral, a situação não deve mudar, olhando-se o IPG-10, também da FGV, que subiu 1,98% entre 11 de janeiro e 10 de fevereiro, captando a alta das commodities brutas.